O aguardado beta de Call of Duty: Black Ops 7, o mais recente título da popular franquia de jogos de tiro em primeira pessoa da Activision, teve um lançamento tumultuado, marcado pela presença generalizada de trapaceiros desde o primeiro dia. Apesar da implementação de novas medidas de segurança, como o Secure Boot e o Trusted Platform Module 2.0 (TPM), sistemas que se tornaram obrigatórios para a execução do jogo, relatos de jogadores indicam que as defesas foram insuficientes para conter a proliferação de cheats. (via: gamerant)
A decisão de exigir o Secure Boot e o TPM 2.0 representa uma mudança significativa para a série Call of Duty. Esta é a primeira vez que a franquia torna esses recursos compulsórios para seus jogadores. No final do mês passado, a Activision confirmou que seguiria os passos de outros estúdios da indústria, estabelecendo a ativação de ambos os sistemas como um pré-requisito tanto para a fase beta quanto para o lançamento completo de Black Ops 7. Anteriormente, esses mesmos recursos foram introduzidos como funcionalidades opcionais na 5ª temporada de Call of Duty: Black Ops 6, servindo como um teste para sua posterior obrigatoriedade.
A imposição de tais requisitos anti-cheat frequentemente gera controvérsia entre a comunidade de jogadores. Muitos expressam preocupação, considerando-os recursos intrusivos que podem entrar em conflito com outros programas ou, especificamente, com modificações em jogos single-player. Por outro lado, há quem defenda que a ativação do Secure Boot e do TPM 2.0 eleva significativamente o nível de segurança em jogos online, dificultando a ação de programas maliciosos e trapaceiros. A iniciativa da Activision ecoa a de outras empresas do setor; semanas antes de seu anúncio, a EA revelou que jogadores de Battlefield 6 também precisariam habilitar o Secure Boot na BIOS de seus PCs para acessar o beta aberto do jogo.
Contudo, a expectativa de uma experiência mais segura no ambiente online de Black Ops 7 foi rapidamente frustrada. Apesar das camadas adicionais de segurança, o título já está infestado de trapaceiros e hackers poucas horas após o início do beta. Relatos e denúncias começaram a surgir em diversas plataformas, em especial no Twitter, onde usuários criticam o sistema anti-cheat Ricochet do jogo por sua aparente ineficácia em manter os invasores afastados. Um vídeo amplamente compartilhado, por exemplo, exibe um jogador utilizando “wall-hacks”, que permitem ver os contornos dos inimigos através das paredes, e “aimbot”, um recurso que trava instantaneamente a mira na cabeça dos oponentes, demonstrando a dimensão do problema.
A decepcionante constatação de que o próximo capítulo da franquia Call of Duty já enfrenta uma infestação de hackers chega poucos dias depois de a própria Activision ter divulgado atualizações substanciais sobre suas iniciativas anti-cheat para Black Ops 7. Em uma publicação recente em seu blog oficial, a editora havia prometido construir as proteções anti-cheat mais avançadas e robustas da indústria dos games, afirmando que essas inovações começariam a ser implementadas a partir do beta de Black Ops 7, agendado para 2 de outubro. O estúdio detalhou que havia treinado sistemas avançados de aprendizado de máquina com milhões de horas de gameplay, garantindo que as novas melhorias seriam “mais inteligentes, mais rápidas e mais confiáveis do que nunca”. A discrepância entre as promessas da Activision e a realidade vivenciada pelos jogadores no beta gerou um clima de frustração e ceticismo.
A presença de hackers arruinando as partidas dos jogadores não foi o único obstáculo enfrentado pelos fãs de Call of Duty nas primeiras horas do beta. Muitos usuários também relataram dificuldades para sequer acessar a fase de testes. Aqueles que haviam obtido um código de acesso antecipado através de uma das várias promoções ligadas a Call of Duty foram surpreendidos por uma mensagem solicitando que fizessem a pré-venda de Black Ops 7 para receber o acesso antecipado ao beta, mesmo já possuindo o código. Embora a Activision tenha afirmado que a questão foi resolvida, alguns jogadores em diversas plataformas ainda recebem uma mensagem de erro, impedindo-os de acessar o conteúdo do beta de Black Ops 7, adicionando mais um revés ao lançamento.





