Xbox Game Pass afeta rentabilidade de Call of Duty, revela informe

Xbox Game Pass afeta rentabilidade de Call of Duty, revela informe

A Microsoft anunciou recentemente uma reestruturação em seu serviço de assinatura Game Pass, que inclui uma alteração na marca e um reajuste de preços. Um novo relatório da agência Bloomberg lançou luz sobre o impacto significativo do Game Pass na lucratividade geral da corporação, especialmente no que diz respeito à franquia Call of Duty, um dos principais focos de suas campanhas de publicidade. (via: thegamer)

Xbox Game Pass infographic detailing the Essential, Premium, and Ultimate tiers.

O relatório detalha como a presença de “títulos de ponta” no Game Pass tem reduzido as margens de lucro que a Microsoft obteria caso esses jogos fossem vendidos exclusivamente a preço de varejo. Especificamente, o Xbox “abriu mão” de mais de US$ 300 milhões em vendas potenciais de Call of Duty para console e PC ao oferecer o título no Game Pass como um lançamento no primeiro dia. Essa estratégia, embora atraente para os consumidores, gerou uma perda substancial de receita direta com vendas.

No ano passado, Call of Duty: Black Ops 6 foi disponibilizado no serviço em seu lançamento, marcando a primeira vez que um grande título anual da franquia apareceu no Game Pass desde a aquisição da Activision pela Microsoft. Apesar de ter finalizado o ano de 2024 como o jogo mais vendido globalmente, a Bloomberg destaca que 82% de suas vendas ocorreram no PlayStation, onde os jogadores tiveram que adquirir o jogo integralmente. Esse dado sublinha o efeito da disponibilidade do jogo por assinatura na plataforma Xbox em comparação com a venda direta em outras plataformas.

O custo de desenvolvimento de jogos AAA (Triple-A) é extremamente elevado, e a produção de um lançamento de Call of Duty é particularmente cara. Diante desse cenário, a perda de tal volume de lucro potencial torna-se uma preocupação considerável para a Microsoft. Esse contexto ajuda a explicar os aumentos de preço anunciados esta semana, apresentando-os como uma mudança necessária para garantir a geração de receita e a sustentabilidade dos investimentos em futuros títulos.

Uma das mudanças mais notáveis que acompanham a reformulação da marca é a realocação de Call of Duty, que agora está essencialmente restrito ao nível “Ultimate” do Game Pass, com um custo mensal de US$ 29,99. Essa decisão estratégica diferencia-o dos demais planos. O nível básico, denominado “Essential”, oferece acesso a mais de 50 jogos e funcionalidades multiplayer online. Já o nível intermediário, “Premium”, garante aos assinantes o acesso a jogos do Xbox dentro de um ano após o seu lançamento. O nível “Ultimate”, portanto, concentra os lançamentos mais aguardados e caros, como Call of Duty, visando capturar um público mais engajado e disposto a pagar um valor superior.

As alterações implementadas também resultaram na eliminação de alguns benefícios que os assinantes podiam desfrutar anteriormente, como descontos em conteúdos adicionais (DLCs). No que se refere especificamente a Call of Duty, não há mais descontos em COD Points, as moedas virtuais do jogo, forçando os jogadores a pagarem o preço total por elas. Essa medida visa padronizar os custos e potencialmente direcionar os jogadores para a compra direta dos itens, em vez de dependerem de um benefício da assinatura.

No momento, não está claro se a Microsoft espera que essas mudanças sejam significativas o suficiente para incentivar os consumidores a comprar Call of Duty de forma avulsa, em vez de manter a assinatura do Game Pass. Matematicamente, após apenas dois meses de assinatura do nível “Ultimate”, um jogador já teria gasto o equivalente ao custo de aquisição e posse de um título como Black Ops 7, o que poderia levar alguns a questionar o custo-benefício da assinatura a longo prazo para um único jogo.

No entanto, essa aposta estratégica pode não gerar os retornos esperados. O beta de Black Ops 7, por exemplo, teve uma recepção morna em termos de contagem de jogadores ativos. Essa resposta inicial sugere que a movimentação da Microsoft para otimizar a lucratividade do Game Pass e da franquia Call of Duty será um processo contínuo e que os resultados dependerão da aceitação dos consumidores às novas condições e da percepção de valor do serviço e dos jogos oferecidos.

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