Trailer de Battlefield 6 alfineta o rival Call of Duty

Trailer de Battlefield 6 alfineta o rival Call of Duty

A indústria dos videogames, conhecida por suas campanhas de marketing cada vez mais elaboradas, presenciou uma reviravolta no lançamento do aguardado trailer de Battlefield 6. O vídeo, que inicia com a participação de figuras famosas, rapidamente subverte a expectativa, fazendo uma crítica velada ao uso excessivo de celebridades em anúncios de jogos, uma prática comum em grandes franquias. (via: thegamer)

Battlefield 6 Campaign Pilot Desert

O trailer de Battlefield 6, com pouco menos de dois minutos de duração, dedicou seus primeiros 24 segundos a uma sequência de ação envolvendo personalidades conhecidas do público. Entre os nomes que apareceram inicialmente estão o ator Zac Efron, o jogador de basquete Jimmy Butler, o cantor Morgan Wallen e o lutador de MMA Paddy Pimblett. A estratégia inicial parecia seguir o roteiro tradicional de muitas produções AAA, que buscam associar a imagem do jogo a rostos familiares para atrair a atenção e gerar engajamento. Analistas de marketing frequentemente apontam que a presença de celebridades visa transmitir uma sensação de relevância e qualidade intrínseca ao produto, sugerindo que, se estas figuras se associam ao jogo, ele certamente deve ser digno de atenção.

Entretanto, a narrativa do trailer toma um rumo inesperado e notavelmente autoconsciente após esses 24 segundos. Enquanto Zac Efron profere uma frase clichê, um míssil atinge o local, e as celebridades desaparecem abruptamente da cena. A partir desse ponto, o foco se volta para personagens anônimos, que, ao se depararem com o vazio deixado pelos famosos, questionam: “Quem era aquele?”. A resposta, vinda de outro personagem, é direta e pragmática: “Não importa. Vamos em frente.” Essa transição marca uma clara declaração da equipe de marketing da EA, indicando um reconhecimento da saturação e, por vezes, da superficialidade das aparições de celebridades em campanhas de jogos.

A atitude da EA no trailer de Battlefield 6 ecoa um sentimento crescente entre parte da comunidade gamer e observadores da indústria, que consideram a constante inserção de famosos em trailers como uma tática já superada. A tática de subverter essa expectativa pode ser interpretada como uma tentativa de se diferenciar no mercado altamente competitivo dos jogos de tiro em primeira pessoa. Ao mesmo tempo em que a equipe de marketing consegue atrair a atenção inicial com rostos conhecidos, ela demonstra uma consciência crítica sobre a eficácia e a recepção de tais estratégias a longo prazo.

O uso de celebridades em campanhas de jogos não é uma novidade e tem sido uma característica marcante em diversas franquias concorrentes. A série Call of Duty, por exemplo, é conhecida por suas participações de alto perfil. Trailers passados da Activision incluíram o apresentador Jimmy Kimmel e o saudoso jogador de basquete Kobe Bryant no anúncio de Call of Duty: Black Ops. Em Modern Warfare 3, os atores Jonah Hill e Sam Worthington fizeram suas aparições, enquanto o remake de Modern Warfare 2 também contou com um elenco estelar, cujos nomes, segundo críticos, eram figuras reconhecíveis para um vasto público. Essa longa lista de participações famosas sublinha a prevalência da estratégia de marketing que a EA agora parece questionar, mesmo que sutilmente, em sua própria campanha.

A abordagem da EA com Battlefield 6 permite que a empresa, de certo modo, “coma o bolo e o tenha”, ou seja, ela se beneficia da visibilidade inicial que as celebridades trazem, ao mesmo tempo em que se posiciona como uma marca que compreende e reflete sobre as tendências da indústria. Os cameos, ainda que breves, garantem que os nomes de Zac Efron, Jimmy Butler, Morgan Wallen e Paddy Pimblett permaneçam associados à imagem da franquia Battlefield, enquanto a rápida remoção deles no trailer sugere uma crítica à exaustão do recurso. Para o público, isso pode ser visto como um aceno à autenticidade e um foco maior na experiência do jogo em si, em vez de depender unicamente do brilho das estrelas de Hollywood ou do esporte para vender o produto. Essa estratégia pode, em última análise, gerar uma discussão mais ampla sobre o marketing de videogames e a busca por abordagens mais inovadoras para engajar os consumidores.

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