Ator de Deus Ex xinga EA por supostos cortes via IA

Ator de Deus Ex xinga EA por supostos cortes via IA

A Electronic Arts (EA), uma das maiores empresas de desenvolvimento e publicação de videogames do mundo, está prestes a ser adquirida em um negócio avaliado em 55 bilhões de dólares. A transação, se concretizada com sucesso, traz à tona planos ambiciosos por parte dos novos investidores: a intenção de utilizar inteligência artificial (IA) para otimizar custos e impulsionar os lucros da gigante dos jogos. Essa perspectiva, no entanto, já gera reações diversas e preocupações, inclusive entre personalidades da indústria. (via: gamesradar)

Para financiar essa aquisição de grande porte, a EA deverá assumir uma dívida significativa de 20 bilhões de dólares. Esse montante considerável naturalmente levanta bandeiras de alerta dentro da empresa. Funcionários da EA manifestam receios em relação a possíveis demissões. Um veterano que trabalhou na BioWare, estúdio conhecido por títulos como Mass Effect e Dragon Age, sugeriu que cortes de pessoal são “prováveis” e que a empresa pode enfrentar uma “redução dramática de pessoas”. Essa situação, impulsionada pela nova dívida, poderia forçar a implementação de medidas drásticas de contenção de despesas.

De acordo com informações divulgadas pelo jornal Financial Times, indivíduos próximos à transação revelaram que os investidores apostam na aplicação de IA para cortes de custos. A estratégia visa explicitamente reduzir despesas operacionais, gerenciar o pesado endividamento recém-adquirido e, por fim, aumentar a lucratividade da empresa.

A notícia dos planos de IA não passou despercebida por figuras proeminentes do setor. Elias Toufexis, ator conhecido por dar voz a personagens icônicos como Adam Jensen em “Deus Ex: Human Revolution” e “Mankind Divided”, e Sam Coe em “Starfield”, expressou abertamente seu descontentamento. Em uma postagem na plataforma X (antigo Twitter), Toufexis iniciou sua manifestação com cautela, reconhecendo sua frequente colaboração com a EA: “Trabalho muito para a EA, então devo ter cuidado aqui”. Contudo, rapidamente abandonou a diplomacia, adicionando suas verdadeiras impressões com um sucinto “Foda-se”. A reação direta foi notada por um fã, que respondeu: “Muito sutil.”

Embora as alegações sobre o uso de IA para redução de custos sejam concretas, os detalhes exatos de como essa tecnologia será empregada pela EA ainda não são claros. Por exemplo, não há indícios de que o objetivo seja produzir repentinamente uma enxurrada de jogos gerados inteiramente por inteligência artificial. Contudo, persiste a preocupação de que processos criativos fundamentais possam ser assumidos pela IA, ou que seres humanos percam seus empregos ao serem substituídos por um “programa sem alma”, como temem alguns críticos.

Contrariando essas apreensões, o CEO da EA, Andrew Wilson, já demonstrou em ocasiões anteriores grande entusiasmo pela tecnologia. Wilson afirmou que “a IA em suas diferentes formas sempre foi central para esta jornada criativa” da empresa. Ele enfatizou que essa “tecnologia notável não é meramente um termo da moda para nós – é o próprio cerne do nosso negócio”, indicando uma visão de longa data sobre a importância da inteligência artificial nas operações da EA.

As repercussões da potencial aquisição se estendem também à cultura e direção criativa dos estúdios. Um ex-diretor da franquia “Dragon Age” manifestou que seria “difícil imaginar” a BioWare, um dos estúdios mais prestigiados da EA, mudando sua “mensagem muito progressista para o oposto” após a aquisição de 55 bilhões de dólares. Segundo ele, se tal mudança ocorresse, a percepção pública “não seria apocalipticamente ruim”. Isso destaca a preocupação com a possível influência dos novos investidores na identidade e nos valores dos jogos produzidos.

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