Ubisoft exigiu amor e respeito à IP em série Splinter Cell Netflix

Ubisoft exigiu amor e respeito à IP em série Splinter Cell Netflix

Derek Kolstad, conhecido por sua contribuição para a aclamada franquia de filmes “John Wick” e por seu trabalho em séries televisivas, trouxe à luz as nuances da criação de conteúdo em grandes franquias, especialmente no que tange às adaptações de propriedade intelectual (IP). Em uma declaração recente ao portal GamesRadar+, Kolstad, que atua como criador e showrunner da vindoura série animada “Splinter Cell: Deathwatch” para a Netflix, detalhou a dinâmica de seu relacionamento criativo com a Ubisoft, comparando-a a experiências anteriores mais restritivas, como seu período na Marvel Studios. (via: gamesradar)

O criador explicou que a existência de “guardrails” – ou diretrizes e limites criativos – é uma constante inerente a qualquer trabalho que envolva uma propriedade intelectual consolidada. Ele exemplificou com sua passagem por “Falcão e o Soldado Invernal”, série do universo Marvel, produzida pela Disney. Segundo Kolstad, trabalhar com a Disney é como estar em um “túnel de titânio”, uma metáfora que evoca a imagem de um ambiente altamente controlado e com pouca margem para desvios criativos. No entanto, ele ressaltou que, mesmo dentro dessas estruturas rígidas, a experiência é uma “alegria”, pois oferece a oportunidade de “brincar em uma caixa de areia cheia de areia e com seus brinquedos”, indicando o prazer em trabalhar com personagens e narrativas tão ricas e estabelecidas.

A posição de Kolstad em “Splinter Cell: Deathwatch” difere significativamente de seu papel anterior na Marvel. Enquanto na série da Disney ele atuou como roteirista em apenas dois episódios de “Falcão e o Soldado Invernal”, para a Netflix, ele assume as rédeas como criador e showrunner. Essa distinção de responsabilidade pode ter influenciado o grau de liberdade criativa percebido. A premissa de “Splinter Cell: Deathwatch” coloca o lendário agente Sam Fisher anos após os eventos dos jogos, sendo forçado a sair da aposentadoria para uma nova missão. Esta abordagem de um Sam Fisher mais velho e já afastado do serviço ativo representa uma significativa guinada na narrativa tradicional da franquia.

A despeito da natureza de adaptação de uma IP adorada pelos fãs, Kolstad expressou profundo contentamento com a abordagem da Ubisoft, que, segundo ele, se mostrou notavelmente mais flexível e com uma postura de “mãos-livres”. O showrunner relatou que, no momento em que apresentou a ideia de um “Sam Fisher velho” para a Ubisoft, a resposta da empresa foi prontamente positiva, com o incentivo: “Ótimo, e vá em frente.”

Ele enfatizou que os únicos “guardrails” impostos pela Ubisoft eram o respeito e o amor pelo personagem e pela própria propriedade intelectual. Em suas palavras, a empresa “simplesmente me deixou correr”, concedendo-lhe uma latitude criativa substancial para desenvolver a série conforme sua visão. Essa liberdade é um testemunho da confiança da Ubisoft no criador e um indicativo de uma estratégia de adaptação que prioriza a visão autoral, desde que mantenha a essência do material original.

A série “Splinter Cell: Deathwatch” terá Liev Schreiber emprestando sua voz ao protagonista Sam Fisher, uma escolha que gerou discussões entre os fãs, dado que o icônico dublador Michael Ironside é amplamente associado ao personagem nos jogos. Kolstad também abordou as razões por trás da seleção de Schreiber para o papel, um tema que tem gerado interesse entre os entusiastas da franquia. A aguardada produção da Netflix está programada para estrear no dia 14 de outubro, prometendo uma nova interpretação de um dos mais queridos espiões do universo dos videogames, sob a direção criativa de Derek Kolstad.

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