Tencent queria fazer um novo The Last of Us, mas Sony recusou

Tencent queria fazer um novo The Last of Us, mas Sony recusou

Documentos judiciais revelados em meio a uma disputa legal entre a Sony e o conglomerado chinês Tencent indicam que a empresa asiática teria tentado, sem sucesso, adquirir as licenças para desenvolver jogos baseados nas aclamadas franquias “The Last of Us” e “Horizon”. As revelações detalham uma série de negociações frustradas que precederam o atual cenário de confronto legal entre as duas gigantes da indústria de games. (via: gamesradar)

A controvérsia ganhou destaque em julho, quando a Sony moveu uma ação judicial contra a Tencent, alegando que o jogo “Light of Motiram”, desenvolvido pela Tencent, seria um “clone descarado” que infringiria a propriedade intelectual de “Horizon”. Em resposta, a Tencent busca o arquivamento do caso, levando a Sony a apresentar uma nova contestação, que agora expõe detalhes adicionais sobre a complexa relação entre as empresas.

As informações mais recentes, divulgadas a partir de uma análise de documentos judiciais pelo portal The Game Post, incluem um testemunho de Olivier Courtemanche, chefe de dispositivos móveis da PlayStation Studios. Courtemanche delineou uma cronologia de reuniões anteriores entre as duas corporações, fornecendo uma visão aprofundada das negociações.

De acordo com o depoimento de Courtemanche, no início de 2024, a Tencent buscou a aprovação para desenvolver um jogo da franquia “Horizon”, denominado “Projeto Z”, em conversas com representantes da Sony durante os eventos DICE Summit e GDC daquele ano. A Tencent e o estúdio Aurora Studios estariam à frente do projeto. No entanto, a proposta foi formalmente recusada pela Sony em 8 de abril de 2024.

Apesar da rejeição inicial, a Tencent tentou renegociar em maio do mesmo ano. Em um e-mail citado por Courtemanche nos documentos, a empresa afirmou que, “Para [Aurora Studios], Horizon era uma IP na qual eles estavam confiantes em adaptar não apenas devido à sua profunda paixão pelo jogo, mas também dados alguns dos paralelos e pontos de conexão com as habilidades que aperfeiçoaram enquanto trabalhavam no Projeto Z”.

Diante da persistente recusa em relação a “Horizon”, houve uma mudança de foco para a franquia “The Last of Us”. Olivier Courtemanche viajou a Shenzhen, na China, para ouvir as ideias da Tencent e do Aurora Studios para um jogo ambientado no universo pós-apocalíptico de Joel e Ellie, marcado pela infecção de Cordyceps. Contudo, o que se seguiu gerou confusão.

Courtemanche alega que a apresentação, que deveria focar em “The Last of Us”, exibiu slides com uma personagem feminina cujo design de vestuário se assemelhava à mistura de roupas tribais e armaduras metálicas de “Horizon”, além de um híbrido robô-animal que lembrava as criaturas mecânicas do mesmo universo. “Recordo-me de que o slide apresentava uma personagem feminina com um design de figurino que lembrava a mistura de roupas tribais e armaduras metálicas de Horizon, e um híbrido robô/animal que lembrava um animal robótico de Horizon”, detalha o testemunho de Courtemanche. Ele prossegue, afirmando: “Agora que revisei os materiais promocionais lançados para Light of Motiram, acredito que essas imagens continham ativos do jogo Light of Motiram. Fiquei confuso com o slide, dado que havíamos rejeitado uma possível colaboração em Horizon e pensei que estávamos lá para discutir The Last of Us, entre outras oportunidades”.

Aparentemente, as comunicações entre as empresas entraram em colapso total após esses eventos, culminando na situação legal atual. A disposição da Sony em considerar a terceirização de um título da franquia “The Last of Us”, uma das suas mais prestigiadas, representa um detalhe notável, mesmo que nenhuma colaboração tenha sido concretizada. Enquanto a Naughty Dog, estúdio original da franquia, continua seu trabalho em “Intergalactic: The Heretic Prophet”, a Sony parece explorar diferentes caminhos para expandir o universo de “The Last of Us”.

Paralelamente a essas discussões, a franquia “The Last of Us” segue em desenvolvimento. Recentemente, “The Last of Us Part 2” recebeu uma atualização que introduz uma “experiência cronológica”, reorganizando a narrativa original do jogo. Este contexto apenas acentua a complexidade e o valor estratégico das propriedades intelectuais em questão, tornando a disputa entre Sony e Tencent cada vez mais intrincada.

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