Starfield, o aguardado explorador espacial lançado em 2023 pela Bethesda, produtora renomada por títulos como Fallout e The Elder Scrolls, enfrentou o desafio de corresponder a expectativas grandiosas. Para muitos, o jogo não conseguiu replicar o mesmo “poder de permanência” de seus antecessores. Nesse cenário, o designer de jogos Bruce Nesmith, uma figura icônica com créditos em produções como Oblivion, Skyrim e Starfield, ofereceu sua perspectiva sobre o tema em uma entrevista recente à FRVR, apontando a geração procedural como um dos fatores para o jogo não ter atingido todo o seu potencial. (via: gamesradar)
Nesmith, que é uma referência no universo de “Dungeons & Dragons” e no desenvolvimento de jogos eletrônicos, descreveu os milhares de planetas de Starfield como potencialmente “vazios”. A uniformidade e a falta de distinção entre esses mundos gerados de forma procedural são, para ele, um ponto crucial. O designer expressou que, quando “os planetas começam a parecer muito iguais e você não sente mais a empolgação neles”, é nesse momento que a experiência de jogo “se desfaz”.
A vastidão do cenário espacial de Starfield também foi objeto de análise por Nesmith. Apesar de seu trabalho ter envolvido grande parte dos dados astronômicos do jogo, ele argumenta que o espaço é, por sua própria natureza, “inerentemente chato”. Em suas palavras, o espaço é “literalmente descrito como o nada”. Assim, a travessia por esse vazio não é, em sua opinião, onde reside a emoção da aventura. Essa sensação de inércia e a repetição percebida nos ambientes espaciais reforçam sua crença de que a geração procedural foi um impedimento para que Starfield se consolidasse como um RPG definitivo da Bethesda, algo que o aclamado Oblivion, lançado em 2006, conseguiu fazer.
No entanto, é fundamental destacar que, apesar das críticas e comparações, Starfield mantém um nível considerável de popularidade. Dados recentes do SteamDB indicam que, enquanto Oblivion Remastered ainda atrai cerca de 1.500 jogadores simultâneos, um número notável para um jogo de sua idade, Starfield registra um público razoável de 2.900 jogadores simultâneos. Esses números demonstram que, mesmo sem alcançar o patamar de unanimidade de alguns de seus antecessores, o jogo continua a engajar uma base ativa e dedicada de jogadores.
Nesmith também refletiu sobre como a reputação da Bethesda influenciou a recepção de Starfield. Ele sugeriu que “se o mesmo jogo tivesse sido lançado por outra desenvolvedora que não a Bethesda, ele teria sido recebido de forma diferente”. Embora o designer não o considere “do mesmo calibre” de títulos como Fallout ou The Elder Scrolls, ele concluiu sua análise afirmando que, no geral, o jogo é “um bom jogo”. Essa avaliação mostra uma perspectiva equilibrada, reconhecendo as qualidades inerentes ao título, ao mesmo tempo em que o posiciona em relação ao legado imponente da produtora.
Atenta aos comentários dos jogadores e à busca por aprimoramento contínuo, a Bethesda anunciou que tem dedicado parte de sua equipe à jogabilidade espacial de Starfield. O objetivo é tornar as viagens pelo universo do jogo “mais recompensadoras”. Este esforço demonstra o compromisso da desenvolvedora em refinar a experiência, buscando atender às expectativas e enriquecer a jornada dos exploradores espaciais nos próximos anos, consolidando Starfield em seu catálogo de grandes produções.



