Konami teria barrado Kojima de criar um jogo de Matrix

Konami teria barrado Kojima de criar um jogo de Matrix

Uma revelação recente trouxe à tona que o renomado desenvolvedor de jogos Hideo Kojima teria demonstrado “grande interesse” em criar um jogo baseado na franquia cinematográfica “Matrix”, após ser contatado diretamente pelas diretoras Lana e Lilly Wachowski. Contudo, a Konami, empresa na qual Kojima trabalhava à época, não teria se mostrado tão receptiva à ideia. (via: gamesradar)

As informações foram divulgadas pela revista digital Time Extension, que entrevistou Christopher Bergstresser, ex-vice-presidente de licenciamento da Konami Digital Entertainment. A reportagem da Time Extension revisitou um artigo anterior da revista NextGen, que já apontava a equipe de Hideo Kojima na Konami como um dos nomes considerados para desenvolver um jogo da aclamada série “Matrix”.

Bergstresser relembrou que as irmãs Wachowski eram grandes admiradoras do trabalho de Kojima. “Recebemos uma ligação das Wachowskis, que manifestaram o desejo de se encontrar com Kojima. E elas o fizeram!”, afirmou o ex-executivo da Konami, detalhando o início das conversas.

O encontro decisivo, que poderia ter mudado o curso da história dos games, contou com a presença de Christopher Bergstresser, Hideo Kojima, Aki Saito — atual chefe de comunicações da Kojima Productions — e Kazumi Kitaue, que era então CEO da Konami Digital Entertainment. As diretoras de “Matrix” compareceram acompanhadas de seu artista conceitual, e, conforme recorda Bergstresser, “elas disseram a Kojima, efetivamente: ‘Nós realmente queremos que você faça o jogo de Matrix. Você pode fazer isso?'”

Apesar do entusiasmo e da clareza da proposta das Wachowskis, a resposta da Konami foi negativa. Após Aki Saito traduzir o pedido para Kitaue, este, segundo Bergstresser, “simplesmente as olhou e lhes disse francamente: ‘não'”. A decisão da empresa japonesa frustrou a possibilidade de uma colaboração que uniria duas das mentes criativas mais influentes de suas respectivas mídias. Mesmo com a recusa, os representantes da Konami, incluindo Kojima, tiveram a oportunidade de desfrutar da première japonesa e da festa de lançamento do filme “Matrix”, conforme relatado.

No entanto, a história não termina com a reunião. A Time Extension também conversou com um ex-funcionário da Konami, que optou por permanecer anônimo. Esta fonte afirmou que, mesmo após a negativa oficial, Kojima continuou a “mostrar grande interesse” em desenvolver o jogo de “Matrix”. A revelação mais impactante, porém, foi a de que havia uma “imensa decepção” entre os membros da equipe de Kojima em relação à oportunidade perdida. A Time Extension entrou em contato com a Konami para obter esclarecimentos sobre esses relatos e aguarda uma resposta oficial.

À época da proposta de “Matrix”, que estreou em 1999, Hideo Kojima estava profundamente envolvido em outros projetos de grande escala para a Konami. De acordo com o documento de design de “Metal Gear Solid 2”, o desenvolvimento do jogo já havia sido iniciado no período do lançamento de “Matrix”, com a “produção em grande escala” prevista para junho de 1999. “Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty” viria a ser lançado em 2001, tornando-se uma das sequências mais aguardadas e aclamadas da história dos videogames. Além disso, Kojima também atuava como produtor em “Zone of the Enders”, outro título significativo da Konami que, assim como “Metal Gear Solid 2”, chegou ao mercado em 2001.

Dada a magnitude e a importância estratégica desses projetos, especialmente a continuação de uma franquia de sucesso como “Metal Gear Solid”, é compreensível que a Konami buscasse manter o foco de seu principal criador nestas produções internas.

Em um contexto separado, mas que sublinha a influência contínua do trabalho de Kojima, uma escola japonesa tem utilizado “P.T.”, a demonstração jogável e inacabada de “Silent Hills” (um projeto anterior de Kojima que também foi cancelado pela Konami), como ferramenta para ensinar inglês a seus alunos. A experiência imersiva da demo é empregada para ajudar na memorização de vocabulário, incluindo termos como “assassinato de toda a sua família”, em uma abordagem pouco convencional de ensino.

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