CEO de GTA 6 descarta que IA produza o futuro GTA 7

CEO de GTA 6 descarta que IA produza o futuro GTA 7

Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive, empresa-mãe da Rockstar Games, compartilhou suas perspectivas sobre o uso da inteligência artificial (IA) no desenvolvimento de jogos e em outras áreas tecnológicas. As declarações foram feitas durante uma entrevista em um evento de tecnologia, que precede o relatório trimestral de lucros da companhia. (via: rockstarintel)

Na manhã de quarta-feira, Zelnick foi entrevistado pela CNBC como parte do Technology Executive Council Summit, em um painel intitulado “Reinvent Play”. Em um clipe divulgado pela emissora, o executivo foi questionado sobre a percepção de sua empresa em relação a possíveis acelerações no desenvolvimento de jogos impulsionadas pela IA. Zelnick iniciou sua resposta afirmando não ser um “cético” da IA, mas ressaltou que “os sinais ainda são limitados”.

Ele explicou que as razões para essa cautela residem na necessidade de ter cuidado ao usar a IA para garantir que ela não utilize obras protegidas por direitos autorais de terceiros. Da mesma forma, a Take-Two busca evitar que seu próprio conteúdo seja usado indevidamente por sistemas de inteligência artificial.

Questionado pelo entrevistador se já havia contatado a OpenAI, criadora do ChatGPT e Sora, para potencialmente bloquear o uso de conteúdo de jogos como Grand Theft Auto em seus serviços, Zelnick esboçou um sorriso. Embora não tenha confirmado tal contato, ele enfatizou que empresas como a OpenAI estão correndo um “grande risco”. Adicionalmente, o CEO da Take-Two reiterou a importância da propriedade intelectual para a sua companhia, destacando que eles produzem uma vasta quantidade de material protegido.

Zelnick aprofundou o debate com uma pergunta hipotética: “Digamos que não haja restrições. Poderíamos apertar um botão amanhã e dizer ‘crie um equivalente de Grand Theft Auto e o plano de marketing’, e aqui está? A resposta é não”. O executivo prosseguiu afirmando que o resultado não seria bom, mas sim “algo derivativo”. Ele destacou a extraordinária criatividade das equipes de desenvolvimento e a busca incessante da Rockstar Games por algo que se aproxime da perfeição. Para Zelnick, “não há criatividade que possa existir por definição em qualquer modelo de IA, porque é impulsionado por dados”.

De forma perspicaz, Strauss Zelnick detalhou por que a IA não é verdadeiramente original, mesmo que empresas de IA não gostem de ouvir isso. Ele recordou a natureza fundamental da inteligência artificial: “Lembre-se do que é a IA. Desculpe, quer as pessoas no Vale do Silício gostem de ouvir isso ou não… a IA são grandes conjuntos de dados com muita computação anexada a um grande modelo de linguagem. Os conjuntos de dados são retrospectivos”. Ele continuou a reduzir o poder da IA, uma perspectiva que pode ser dissonante para alguns executivos de empresas de IA que vislumbram a criação de jogos a partir de um simples comando.

Segundo Zelnick, a IA é “realmente boa” para qualquer tarefa que envolva dados retrospectivos, computação e grandes modelos de linguagem – muitas das atividades realizadas na Take-Two. Contudo, ela seria “realmente, realmente ruim” em qualquer coisa que não esteja ligada a essa estrutura. Ele concluiu com uma nota tranquilizadora: “Se você está preocupado com máquinas movidas a IA sendo malignas, fique tranquilo.”

O CEO da Take-Two já havia, em ocasiões anteriores, abordado o uso da IA em jogos da franquia Grand Theft Auto, demonstrando uma postura consistente de cautela e valorização da criatividade humana.

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