A aguardada segunda temporada da série “Fallout” não irá canonizar nenhum dos múltiplos finais do aclamado jogo “Fallout: New Vegas”, uma decisão tomada pelos produtores para “honrar as experiências de todos os jogadores”. A confirmação vem dos próprios líderes da produção, aliviando uma preocupação que circulava entre os fãs desde que foi anunciado que a trama levaria os personagens Lucy, o Ghoul e Maximus para a região de New Vegas. (via: thegamer)
Desde o anúncio de que a nova fase da série se passaria no cenário de “Fallout: New Vegas”, a possibilidade de a adaptação televisiva estabelecer um desfecho específico para o jogo gerou considerável apreensão. “Fallout: New Vegas” é conhecido por sua vasta gama de escolhas narrativas, permitindo aos jogadores moldar significativamente o destino do deserto de Mojave. Muitos temiam que a série pudesse invalidar a maioria dessas possibilidades, ao optar por um único final como a verdade canônica do universo expandido. Nos últimos meses, especulações chegaram a apontar para a canonização do final de Mr. House, um dos líderes de facção do jogo, mas essas preocupações eram infundadas.
Em uma entrevista recente concedida ao portal IGN, Jonathon Nolan, produtor executivo da série “Fallout”, e Geneva Robertson-Dworet, showrunner, abordaram diretamente a questão da canonização dos finais de “New Vegas”. Nolan explicou que a equipe de roteiristas e produtores adotou uma “abordagem de névoa de guerra” (fog of war), descrevendo-a como uma “forma brilhante” de evitar o complexo debate sobre qual desfecho seria considerado oficial.
Robertson-Dworet revelou que a decisão de não canonizar um final específico foi tomada muito cedo pela equipe criativa. O objetivo primordial era, “tanto quanto possível”, respeitar a experiência individual de cada fã de “Fallout” com “New Vegas” e a forma como cada um jogou. Para concretizar essa intenção, os roteiristas optaram por uma solução engenhosa: na série, 15 anos após os eventos do jogo, cada facção envolvida no conflito principal acredita que saiu vitoriosa.
Jonathon Nolan detalhou essa escolha, observando que “tivemos a deliciosa ideia de que, ao final de um conflito, 15 anos depois, cada facção poderia pensar que venceu, o que, para mim, tem uma certa qualidade poética.” Essa perspectiva permite à série desviar completamente da polêmica da canonização, preservando a validade das inúmeras narrativas que os jogadores criaram.
O ator Aaron Moten, que interpreta Maximus na série, já havia aludido a essa abordagem em uma entrevista anterior, sugerindo que “ninguém realmente venceu” o conflito final de “New Vegas”. Embora essa estratégia seja inegavelmente a maneira mais limpa e respeitosa de lidar com a questão, é improvável que impeça os fãs mais dedicados de “Fallout” de analisar cada detalhe da série em busca de pistas que possam indicar o final “mais” canônico em suas próprias interpretações.
A segunda temporada promete explorar as ruínas e as diversas facções que disputam o controle do deserto de Mojave, mantendo o respeito pela diversidade das narrativas que os jogadores construíram ao longo dos anos. A produção da série demonstra uma sensibilidade notável à profunda conexão que os fãs têm com as escolhas feitas nos jogos, garantindo que a nova fase da adaptação não desfaça as jornadas pessoais de cada um no vasto e pós-apocalíptico universo de “Fallout”.




