Monster Hunter Stories 3 quase virou um RPG de ação

Monster Hunter Stories 3 quase virou um RPG de ação

O universo dos jogos eletrônicos é vasto e diverso, abrigando uma parcela significativa de jogadores que nutre uma preferência por sistemas de batalha baseados em turnos em detrimento dos títulos de ação. Embora este seja um grupo menor, o sucesso recente de jogos como Baldur’s Gate 3 e o vindouro Clair Obscur: Expedition 33 reacendeu o debate e deu mais voz a essa comunidade. Apesar da percepção de que os RPGs de turno estão “finalmente de volta”, o fato é que eles nunca desapareceram por completo, apenas saíram um pouco do radar do público mais amplo. (via: thegamer)

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Paralelamente, observa-se uma tendência notável na indústria: a transição de séries consagradas de combate por turnos para o formato de RPG de ação. O exemplo mais evidente para quem se interessa por jogos como o futuro Monster Hunter Stories 3: Twisted Reflection é a franquia Final Fantasy. Atualmente, ela prospera com o híbrido de ação Final Fantasy 7 Rebirth, o espetáculo de ação Final Fantasy 16, e o MMORPG Final Fantasy 14, que utiliza um sistema de combate com tempos de recarga.

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No entanto, o que gera apreensão entre os fãs de jogos de turno é quando uma série ainda imersa nesse formato faz uma guinada completa para algo diferente. Há uma expectativa sobre como Dragon Quest 12 se apresentará quando for finalmente revelado. Da mesma forma, questionava-se qual seria o destino de Monster Hunter Stories se recebesse uma transformação mais focada na ação. Para a Capcom, essa foi uma questão real, mas que os desenvolvedores optaram por não explorar.

As informações sobre os bastidores do desenvolvimento surgiram a partir de reportagens do portal TheGamer, que compilou dados de publicações japonesas como GameSpark e Automaton. Monster Hunter Stories 3: Twisted Reflection tem lançamento previsto para 13 de março nas plataformas PlayStation 5, Nintendo Switch 2, Xbox Series X|S e PC, e manterá a tradição de combates por turnos da sub-série. Contudo, essa decisão não foi unânime desde o início.

Em entrevista ao GameSpark, o diretor Kenji Oguro revelou que houve uma consideração, ainda que breve, de alterar completamente a dinâmica do jogo. “No início do desenvolvimento, estávamos divididos sobre continuar como estávamos ou mudar a direção. Hoje em dia, os RPGs de ação são populares e sabemos que são bem recebidos”, afirmou Oguro. Essa reflexão é particularmente interessante considerando o recente ressurgimento dos RPGs de turno, embora não se saiba há quanto tempo Twisted Reflection entrou em produção.

Oguro complementou sua explicação, destacando a razão pela qual a equipe decidiu manter o sistema de turnos: “Queríamos que pessoas que não são boas em jogos de ação ou que simplesmente preferem RPGs pudessem desfrutar [do jogo]”. Essa perspectiva foi aprofundada em outro momento da entrevista, quando o diretor foi questionado sobre o significado de “RPG” para a equipe de desenvolvimento. Oguro descreveu a pergunta como “difícil de responder”, mas mencionou que Monster Hunter Stories foi influenciado por Dragon Quest e Final Fantasy.

A visão da equipe sobre um RPG, segundo Oguro, baseia-se em uma “história” que oferece motivação, um visual com personagens atraentes e estilo anime, além de um sistema de jogo que permite a qualquer um completar a aventura se dedicar seu tempo, com “batalhas por turnos e um sistema de crescimento baseado em níveis”. É importante notar que Oguro se dirigia a uma publicação japonesa, o que sugere uma perspectiva mais alinhada aos JRPGs (RPGs japoneses), e a tradução da entrevista pode ter tido alguma perda de nuance.

Um fator adicional na decisão foi evitar a proximidade excessiva com a série principal de Monster Hunter. “Acho que as pessoas diriam: ‘bem, nesse caso, os jogos da linha principal não são melhores?'”, hipotetizou Oguro. Ele prosseguiu, conforme tradução da Automaton, explicando que “expressar batalhas no estilo Monster Hunter sem adicionar mecânicas de ação pode ser o que define a identidade central de Stories”.

Essa escolha dos desenvolvedores é celebrada por um público dedicado que, embora menor, valoriza a profundidade estratégica dos combates por turnos. A manutenção da essência de Monster Hunter Stories garante que o jogo continue a atrair aqueles que preferem uma experiência mais cadenciada e focada na narrativa e no planejamento, distinguindo-se claramente da ação frenética da franquia principal.

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