Apresentando-se como uma celebração do gênero clássico de “beat ‘em up”, o jogo Marvel Cosmic Invasion surge como uma experiência marcante para os fãs de quadrinhos e videogames. Desenvolvido pela Tribute Games e publicado pela Dotemu em parceria com a Gamirror Games, o título foi analisado na plataforma PC e tem lançamento previsto para 1º de dezembro, com disponibilidade para PC (via Steam), PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X/S e Nintendo Switch. (via: eurogamer)
O jogo é descrito como uma verdadeira imersão no estilo de ação de rolagem lateral, remetendo diretamente aos quadrinhos e desenhos animados de outrora. Nele, ondas de inimigos atacam de ambos os lados da tela, enquanto os jogadores se desdobram em golpes, chutes e disparos para progredir. O visual vibrante e a jogabilidade dinâmica capturam uma essência “radical” no sentido original da palavra, sugerindo que os jogos da Marvel atingem seu auge quando abraçam essa estética mais exuberante e descomplicada.
Visualmente, Marvel Cosmic Invasion é um deleite para os olhos, com personagens que ostentam seus uniformes clássicos em cores chamativas. O Homem de Ferro, por exemplo, surge em um marcante vermelho e amarelo, enquanto a Mulher-Hulk irrompe na tela com uma poderosa combinação de verde e roxo. A trilha sonora, com suas melodias “bitpop”, complementa a experiência, criando um ambiente que remete a uma era de ouro da cultura pop.
A narrativa do jogo, por sua vez, é um mergulho profundo no universo dos desenhos animados, com uma trama que, embora ágil, é envolvente. A equipe de heróis da Marvel se une para combater Annihilus, que ataca a Terra vindo da Zona Negativa com um exército de forças de outro mundo. Essa abordagem da história evoca o espírito dos antigos X-Men, proporcionando uma aventura espacial que, apesar de seu ritmo acelerado, não deixa de ser cativante. Momentos como a Mulher-Hulk exclamando “catch these hands” antes de desferir um golpe aéreo ou o Motoqueiro Fantasma, com um capacete espacial de vidro, atravessando a tela em sua moto com pneus azuis flamejantes, reforçam o tom divertido e despretensioso que permeia o jogo. Embora alguns possam considerar tais elementos um tanto “cafonas”, a diversão que proporcionam é inegável.
Na avaliação do jornalista, a franquia Marvel tem demonstrado um bem-vindo retorno à sua essência divertida. Ao lado de outros títulos como Marvel Rivals e Marvel Tokon, Cosmic Invasion parece ter se libertado das amarras das grandes produções cinematográficas e das estéticas triplo A que, por vezes, privam a franquia de seu vigor original. A principal tese defendida é que a Marvel, em sua melhor forma, deve ser “cafona” e “cartunesca”. Quando seus personagens são despojados de suas raízes mais autênticas, perdem grande parte de seu charme. Em contraste, Marvel Cosmic Invasion é um exemplo do oposto, onde a experiência de jogar com o Homem de Ferro gerou um entusiasmo maior do que em qualquer outro jogo da Marvel na última década, na percepção do analista.
Curiosamente, o jornalista, com 27 anos, não possui uma forte conexão pessoal com a era da Marvel que Cosmic Invasion homenageia. Embora não tenha tido a oportunidade de jogar os clássicos de arcade de sua época – com a possível exceção de um pouco de Michael Jackson’s Moonwalker – ele consegue identificar e valorizar os elementos fundamentais do gênero que foram tão bem resgatados no jogo. A fidelidade de Marvel Cosmic Invasion a essa era é tão profunda que, para o autor, ele é capaz de gerar uma espécie de “nostalgia fantasma”. O jogo transporta o jogador para um tempo que, embora nunca vivido diretamente, parece familiar, bastando “entrar na brincadeira” para reviver memórias fictícias.
Essa sensação é algo que, segundo o jornalista, não pode ser alcançado simplesmente emulando os filmes de super-heróis. A importância de jogos como Marvel Cosmic Invasion reside justamente em representar um estilo de mídia de heróis que os trata pelo que realmente são. Por essa razão, o autor recomenda o título a todos, jovens ou velhos, com memórias nostálgicas genuínas ou apenas com essa “nostalgia fantasma”, como um lembrete do que esses personagens e histórias representam em sua essência.


