O mercado de videogames foi surpreendido por uma notícia incomum: “Call of Duty: Black Ops 7”, o mais recente título da aclamada franquia de tiro em primeira pessoa, foi colocado em promoção com um desconto de 50% em todas as suas plataformas. A drástica redução de preço ocorre apenas um mês após o lançamento oficial do jogo, que chegou às lojas em 14 de novembro. (via: thegamer)
A oferta abrange todas as plataformas em que o jogo foi lançado – PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X e Xbox One – e está disponível em grandes varejistas. Nos Estados Unidos, a promoção foi observada em lojas como GameStop, Best Buy, Target e Amazon. Por ora, o desconto não se aplica às versões digitais do jogo, mas espera-se que os catálogos digitais passem por atualizações semanais que possam alterar essa condição. É importante notar que, embora a maioria das lojas ofereça a versão padrão, alguns varejistas podem incluir bônus adicionais, como edições limitadas com caixas metálicas, dependendo do local da compra.
Embora não seja raro que jogos recebam descontos após o lançamento, especialmente com a proximidade da temporada de festas de fim de ano, a profundidade deste corte de preço, apenas um mês depois da estreia, é algo bastante atípico. Historicamente, os títulos anuais de Call of Duty sempre foram considerados presentes cobiçados no Natal, e era raro ver grandes descontos tão cedo, quer o jogo fosse adquirido no lançamento ou mais perto do feriado. Essa rápida e acentuada desvalorização de “Black Ops 7” sugere uma quebra de padrões para a série.
A trajetória de “Black Ops 7” desde seu lançamento tem sido marcada por desafios e controvérsias, o que pode explicar a agressiva estratégia de preços. Pouco após sua estreia, a recepção do jogo na plataforma Steam despencou de “Mista” para “Majoritariamente Negativa”. As principais críticas dos jogadores se concentraram na campanha, considerada irrealista, e no uso explícito de inteligência artificial em elementos do jogo.
A situação do título piorou ainda mais, culminando em “Black Ops 7” sendo reconhecido como o jogo com as piores avaliações de usuários na história da franquia, se considerados os rankings fora do Steam. O número de jogadores, particularmente na modalidade de campanha, registrou uma queda acentuada. Em resposta, a Activision, publisher do jogo, implementou medidas para atrair jogadores, como oferecer incentivos para quem participasse do modo Zombies. Adicionalmente, a exigência de completar a campanha para acessar o modo de tiro e extração foi removida logo após o lançamento, uma mudança incomum para a franquia.
A chegada da primeira temporada de conteúdo para “Black Ops 7” trouxe uma vasta quantidade de novos mapas e modos de jogo, além de uma skin que, em outros momentos, só estaria disponível para compra. No entanto, essas adições não foram suficientes para impulsionar significativamente o número de jogadores. Em meio a essa turbulência, a Activision também anunciou que não haverá mais lançamentos consecutivos das séries “Modern Warfare” ou “Black Ops”, uma aparente admissão da necessidade de um ciclo de desenvolvimento mais espaçado e, para muitos, um reconhecimento indireto do estado problemático atual da franquia.
Paradoxalmente, apesar de todas as críticas e desafios, “Black Ops 7” foi o título mais baixado no PlayStation em novembro. Esse dado, a princípio, gerou a crença de que a situação do jogo talvez não fosse tão grave quanto parecia. Contudo, o desconto de 50% aplicado agora sugere que a empresa está buscando a próxima etapa lógica para reverter o cenário. A esperança é que um preço mais acessível possa não apenas impulsionar as vendas e o número de jogadores, mas também ajudar a restaurar a boa vontade do público em relação ao título e à franquia. Resta aguardar para ver se essa estratégia de mercado surtirá o efeito desejado.



