A cerimônia do The Game Awards (TGA) de 2025, realizada na semana passada, coroou “Clair Obscur: Expedition 33” como o grande vencedor da noite, arrematando o cobiçado prêmio de Jogo do Ano, entre diversas outras categorias. Esta vitória, no entanto, vai além do reconhecimento individual do título, estendendo uma sequência desfavorável para os estúdios de desenvolvimento de jogos sediados nos Estados Unidos. (via: thegamer)
A produtora de “Expedition 33”, Sandfall Interactive, tem sua base na França, consolidando a premiação deste ano como mais uma conquista para os desenvolvedores europeus. Em um período de cinco anos, esta é a terceira vez que uma equipe de desenvolvimento do continente europeu leva para casa o prêmio máximo do TGA. Os dois outros títulos agraciados nesse mesmo intervalo vieram de estúdios japoneses, o que significa que já se passaram cinco anos, e a contagem continua, desde que um estúdio americano conquistou o título de Jogo do Ano.
O último Jogo do Ano desenvolvido nos EUA foi “The Last of Us Part 2”, em 2020. Apesar das adversidades enfrentadas naquele ano, que incluiu o período pandêmico, a competição foi acirrada, com notáveis concorrentes como “Animal Crossing: New Horizons”, “Final Fantasy 7 Remake” e “Ghost of Tsushima”. No entanto, foi o título da Naughty Dog, um estúdio californiano, que recebeu a maior honraria da indústria de jogos.
Desde então, o cenário das premiações do TGA tem se alternado entre a Europa e o Japão. Em 2021, o prêmio foi para “It Takes Two”, da Hazelight, uma desenvolvedora europeia. No ano seguinte, em 2022, “Elden Ring”, da FromSoftware do Japão, levou o troféu. Já em 2023, “Baldur’s Gate 3”, da Larian Studios, com sede na Europa, foi o grande vencedor. Em 2024, a distinção foi para “Astro Bot”, da Team Asobi, do Japão, culminando na vitória de “Expedition 33” em 2025. Essa dinâmica de alternância anual entre os dois continentes mantém os estúdios americanos à margem do reconhecimento máximo do TGA por quase metade de uma década.
A ausência de um vencedor americano no topo da lista estenderá essa sequência para, no mínimo, seis anos, considerando que a próxima edição do Game Awards será apenas no próximo ano. Este hiato oferece um novo ponto de partida para os desenvolvedores dos EUA, após um ano de 2025 que foi repleto de forte concorrência no cenário global de jogos. A expectativa agora se volta para quem serão os principais candidatos ao prêmio de Jogo do Ano em 2026 e se a maré poderá mudar para os estúdios americanos.
Diversos títulos e estúdios estão sob o radar para a próxima edição da premiação. A Insomniac Games, por exemplo, poderia ser a responsável por quebrar essa sequência indesejada se “Wolverine” corresponder às altas expectativas. Há também a aguardada chegada de “GTA 6”. Contudo, a atribuição de um possível prêmio de Jogo do Ano a este último pode se tornar complexa, visto que os estúdios da Rockstar estão distribuídos globalmente. Uma vitória de “GTA 6” para Jogo do Ano, segundo análises da indústria, poderia ser atribuída à Europa, já que a principal base da Rockstar está localizada na Escócia. Além disso, a data de lançamento de “GTA 6” ainda pode significar que ele nem mesmo seja elegível para uma nomeação em 2026.
A verdade é que prever o Jogo do Ano de 2026 é uma tarefa praticamente impossível. A própria dominância de “Expedition 33” este ano não era amplamente antecipada no ano passado. Da mesma forma, “Astro Bot” só foi revelado quatro meses antes de seu lançamento, e “Baldur’s Gate 3” ganhou um impulso significativo e se popularizou massivamente apenas pouco antes de sua chegada ao mercado, impulsionado por notícias e curiosidades sobre suas mecânicas inovadoras. Se os Estados Unidos almejam encerrar essa sequência de cinco anos sem vitórias em 2026, o jogo que o fará pode ser um título do qual a comunidade e a mídia ainda nem sequer têm conhecimento.





