A indústria dos videogames e do entretenimento de mesa acompanha com atenção a notícia da saída de James Ohlen, figura notória com mais de duas décadas de experiência na BioWare, da posição de chefe da Archetype Entertainment. Ohlen, que cofundou o estúdio com a missão de desenvolver Exodus, um ambicioso RPG que remete a Mass Effect, não estará mais à frente da equipe quando o jogo for lançado, previsto para 2027. Sua partida ocorre seis anos após ingressar na Wizards of the Coast, parte do conglomerado Hasbro, em 2019. (via: kotaku)
James Ohlen construiu uma carreira marcante durante seus 22 anos na BioWare, onde contribuiu para o desenvolvimento de títulos aclamados antes de direcionar seus esforços para um novo empreendimento. Em 2019, ele se juntou à Wizards of the Coast – empresa da Hasbro conhecida por seus jogos de mesa – com o objetivo específico de criar uma nova propriedade intelectual. Essa iniciativa culminou na fundação da Archetype Entertainment e no início do desenvolvimento de Exodus.
Sobre a saída de Ohlen, Abby Hodes, vice-presidente de Comunicações da Hasbro, esclareceu em comunicado à agência de notícias Bloomberg que James sentiu que seu trabalho no jogo estava completo. Segundo Hodes, Ohlen tinha plena confiança de que a equipe remanescente estava perfeitamente capacitada para conduzir as fases finais de polimento e ajustes. A executiva acrescentou que o próprio Ohlen solicitou uma “mudança em seu foco criativo” e que ele permanecerá como consultor da empresa para a divisão de jogos de mesa, sinalizando uma transição estratégica de seu papel dentro da organização.
O jogo Exodus, que teve um novo trailer revelado durante o evento Game Awards 2025 na semana passada, promete capturar a essência que os fãs tanto apreciaram em Mass Effect. O título destacará relacionamentos complexos e personalizados com personagens não-jogáveis, uma marca registrada do gênero RPG de ficção científica. No entanto, Exodus introduz uma reviravolta inovadora: a dilatação temporal. As escolhas feitas pelos jogadores terão repercussões que se manifestarão quando eles retornarem a locais visitados, décadas ou até séculos depois no tempo do jogo, adicionando uma camada profunda de consequências e narrativa.
Este é um projeto de alto custo de produção, desenvolvido por um estúdio recém-criado que começou a operar durante a pandemia global. Tal contexto pode explicar, em parte, o atraso no lançamento, que ainda está a alguns anos de distância, conforme a previsão para 2027. Apesar do desafio, a Hasbro enxerga em Exodus muito mais do que apenas o potencial de uma nova franquia de videogames; ela o vislumbra como um universo completo, um ponto de partida para uma gama expandida de produtos.
A ambição da Hasbro para a propriedade intelectual de Exodus já começou a se concretizar. No início deste ano, a Wizards of the Coast lançou um livro de RPG de mesa ambientado no universo de Exodus. A empresa também expressa grande interesse em explorar spin-offs como jogos de cartas colecionáveis e séries de televisão, caso o jogo alcance um sucesso expressivo, semelhante ao de “Clair Obscur: Expedition 33”.
A Bloomberg também informou que a saída de Ohlen coincide com outras movimentações estratégicas na liderança da Wizards of the Coast. Paul Della Bitta, um veterano da Blizzard e cofundador da Dreamhaven, assumiu a liderança da divisão Digital Ventures da Wizards, reportando-se a John Hight, outro ex-executivo da Blizzard. Essas mudanças em cargos de liderança indicam uma reestruturação e um foco renovado na estratégia digital da Hasbro. Apesar da partida de Ohlen, a Archetype Entertainment mantém uma base sólida de talentos. Diversos outros veteranos da BioWare continuam no estúdio, incluindo nomes como Chad Robertson e Drew Karpyshyn, garantindo a continuidade da experiência e da visão criativa no desenvolvimento de Exodus.



