Naughty Dog supostamente sobrecarrega equipe por demo espacial

Naughty Dog supostamente sobrecarrega equipe por demo espacial

A Naughty Dog, renomada desenvolvedora de jogos eletrônicos, é amplamente reconhecida como um dos estúdios mais influentes e bem-sucedidos da indústria atualmente, responsável por blockbusters aclamados como The Last of Us e Uncharted. Contudo, aqueles familiarizados com a trajetória da empresa sabem que, por trás da série de jogos incríveis e do prestígio acumulado, a Naughty Dog possui um histórico interno marcado por controvérsias relacionadas às condições de trabalho. (via: thegamer)

Jordan sipping a drink in Intergalactic: The Heretic Prophet's reveal trailer.

Um período particularmente intenso de sobrecarga de trabalho, conhecido na indústria como “crunch”, veio à tona durante o desenvolvimento de The Last of Us Part 2. Naquela época, diversos relatos indicaram que a equipe estava sob uma pressão extrema, agravada por um atraso no cronograma do jogo. Jonathan Cooper, ex-animador da Naughty Dog, chegou a afirmar publicamente que os animadores de gameplay do estúdio foram submetidos a um ritmo de trabalho tão exaustivo que necessitaram de “semanas de recuperação” após a conclusão do projeto, e que um membro da equipe chegou a ser hospitalizado em decorrência do estresse. Neil Druckmann, chefe do estúdio Naughty Dog, abordou o histórico de “crunch” da empresa em uma entrevista à revista Game Informer, mas muitos questionamentos sobre a profundidade e as soluções para o problema permaneceram sem respostas claras.

Cinco anos após esses episódios, novas informações sugerem que a Naughty Dog estaria retomando antigas práticas. Um recente relatório divulgado por Jason Schreier, jornalista investigativo da Bloomberg, aponta que o estúdio teria novamente obrigado seus funcionários a trabalhar em horas extras para finalizar uma demonstração interna de seu próximo título, provisoriamente batizado de Intergalactic: The Heretic Prophet. Esta demonstração estava programada para ser revisada pela Sony, empresa controladora da Naughty Dog, ainda este mês. O regime de horas extras, de acordo com o relatório, foi imposto com o objetivo de recolocar a produção do jogo nos trilhos, após o descumprimento de diversos prazos.

Segundo as fontes ouvidas por Schreier, os colaboradores da Naughty Dog foram compelidos a cumprir um mínimo de oito horas extras por semana, iniciando essa jornada no final de outubro. Embora os funcionários tenham sido instruídos a não ultrapassar 60 horas de trabalho semanais, a exigência de presença física no escritório foi ampliada de três para cinco dias por semana durante todo o período de sobrecarga. Essa alteração na rotina de trabalho representa um desafio significativo, especialmente para pais e mães, que precisam conciliar as demandas profissionais com as responsabilidades familiares.

Este período de horas extras compulsórias durou aproximadamente sete semanas para a maioria dos envolvidos, com o relatório indicando que a medida foi encerrada pouco antes de sua publicação. No entanto, persistem preocupações sobre o cronograma geral de desenvolvimento de Intergalactic. Funcionários expressaram receio de que a previsão interna de lançamento do jogo, estipulada para meados de 2027, possa levar a uma intensificação gradual das exigências de horas extras à medida que 2026 e os anos subsequentes se aproximam.

A reincidência de práticas de “crunch” na Naughty Dog, caso as informações do relatório se confirmem, é vista com preocupação na indústria. A cultura de trabalho exaustivo tem sido amplamente criticada e demonizada no setor de jogos ao longo da última década, à medida que a conscientização sobre seus impactos negativos na saúde física e mental dos desenvolvedores aumenta. Embora a Naughty Dog seja inegavelmente responsável por criar jogos excepcionais ao longo dos anos, o valor dessas produções é questionável quando se considera que são realizadas sob condições de trabalho potencialmente brutais, que podem comprometer o bem-estar de suas equipes.

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