Ex-CEO da PlayStation discute o futuro dos jogos exclusivos

Ex-CEO da PlayStation discute o futuro dos jogos exclusivos

A PlayStation, ao longo de sua história, consolidou sua marca por meio de um robusto catálogo de títulos exclusivos. Embora muitos desses jogos tenham chegado ao PC nos últimos anos, a maioria permanece acessível em consoles apenas nas plataformas PlayStation. Franquias como Marvel’s Spider-Man, God of War e The Last of Us, por exemplo, nunca foram lançadas para consoles Nintendo ou Xbox, mantendo-se como pilares da estratégia da Sony. (via: gamerant)

Durante muitos anos, a ideia de exclusividade de console parecia inabalável, especialmente quando se tratava de personagens icônicos que atuavam como mascotes de suas respectivas empresas, como Mario da Nintendo, Kratos da PlayStation e Master Chief do Xbox. No entanto, em anos recentes, o cenário começou a se alterar significativamente. Empresas têm explorado novos territórios, levando propriedades exclusivas a plataformas inesperadas, sinalizando uma potencial mudança de paradigma na indústria de videogames.

Um exemplo notável dessa tendência é a franquia Horizon. Embora Horizon Zero Dawn continue sendo um título exclusivo para PlayStation e PC, a Sony lançou LEGO Horizon Adventures tanto no PlayStation 5 quanto no Nintendo Switch. Essa movimentação marcou a primeira vez que a personagem Aloy, protagonista de Horizon, apareceu em um console da Nintendo. Em um movimento ainda mais surpreendente, o Xbox, no início de 2025, disponibilizou Gears of War Reloaded para PlayStation 5, levando a aclamada franquia de tiro para a plataforma da Sony pela primeira vez em sua história. Essa decisão, que pode soar inusitada para muitos, especialmente para aqueles que vivenciaram as intensas “guerras de console” do passado, faz parte da estratégia do Xbox para tornar seu software mais amplamente acessível aos jogadores, independentemente da plataforma de sua escolha.

Em meio a essas transformações, as discussões sobre o papel e o futuro das exclusividades ganham destaque. Em uma recente participação no programa “Character Select” do portal Game Rant, Shawn Layden, ex-executivo da PlayStation, compartilhou sua perspectiva sobre a importância dos títulos exclusivos na indústria. Layden expressou a crença de que os exclusivos não desaparecerão tão cedo, ressaltando o valor intrínseco que eles agregam à marca de uma plataforma. Segundo ele, “Há um valor enorme para a marca em ter fortes exclusivos. Se Mario começar a aparecer no PlayStation, isso é o apocalipse, certo? Cães e gatos vivendo juntos. E o mesmo vale para Nathan Drake e Uncharted. Eles fazem a plataforma cantar”.

A menção de Nathan Drake no mesmo patamar de Mario é particularmente interessante, pois ambos os personagens contribuíram de maneira decisiva para a imagem, a identidade da marca e o sucesso de suas respectivas plataformas. No contexto do marketing, esses personagens frequentemente se tornam o rosto da plataforma que representam, oferecendo aos jogadores uma prévia do tipo de experiência que podem esperar ao empunhar um controle. Embora Nathan Drake não seja um mascote tradicional no sentido de um Mario ou um Sonic, ele encapsula o tipo de experiência narrativa e para um único jogador que é amplamente associada e celebrada no PlayStation.

Layden ponderou, no entanto, que nem todos os jogos precisam ser exclusivos de uma única plataforma. Sua argumentação reside no fato de que os títulos exclusivos permitem que os desenvolvedores explorem e demonstrem ao máximo as capacidades e características únicas de um determinado hardware. Ele explicou: “Quando você codifica para múltiplas plataformas, você precisa codificar para o denominador comum mais baixo. Mas se você faz exclusivos, você pode empurrar cada alavanca ao máximo”. Muitos dos exclusivos do PlayStation são concebidos para extrair o melhor da plataforma, com uma atenção especial ao controle DualSense. Em 2025, por exemplo, o título exclusivo de PlayStation Ghost of Yotei, desenvolvido pela Sucker Punch, fez uso intensivo das capacidades únicas do DualSense, como o feedback tátil avançado e os controles do touchpad. Essa abordagem proporcionou aos jogadores uma experiência imersiva que, na visão dos desenvolvedores, não seria replicável em outras plataformas.

Contrariando a visão de Layden, há outras perspectivas de lideranças importantes na indústria. A presidente do Xbox, Sarah Bond, por exemplo, descreveu a ideia de exclusividades como “antiquada” em outubro de 2025. Bond parece sustentar a crença de que a chave para o sucesso futuro residirá em tornar os jogos o mais amplamente disponíveis possível. Exemplos como Minecraft e Fortnite demonstram essa saturação de mercado, tendo alcançado enorme sucesso por estarem acessíveis virtualmente em todas as plataformas, encontrando os jogadores onde quer que escolham jogar. Layden, por sua vez, reconheceu que títulos massivamente multiplayer, como Fortnite, operam em um espaço diferente e quase são compelidos a ser multiplataforma para alcançar o sucesso desejado.

Com o futuro da indústria de jogos em constante evolução, é impossível prever com certeza a direção exata que as exclusividades tomarão. No entanto, uma coisa é clara: as principais empresas de jogos estão observando atentamente o desempenho e o impacto desses títulos exclusivos, enquanto buscam equilibrar a construção de marca com a expansão do alcance de seus conteúdos.

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