Uma competição de Minecraft organizada por um influenciador de grande porte, que colocou 500 garotas contra 500 garotos disputando um prêmio de $50.000, viu-se no centro de uma série de controvérsias e alegações graves. Embora a descrição do vídeo oficial do evento fizesse alusão a problemas esperados em uma disputa de tal magnitude, como trapaças, sabotagem, candidaturas falsas e banimentos, as denúncias de participantes indicam que a situação foi muito mais complexa e preocupante. (via: thegamer)
Dentre os relatos, a participante @ZavvyGamer publicou uma extensa lista de acusações na plataforma X (anteriormente Twitter), detalhando supostas infiltrações de homens russos na equipe feminina. Conforme @ZavvyGamer, estes invasores teriam utilizado imagens geradas por inteligência artificial e “deepfakes” para mascarar suas identidades, com o objetivo de “massacrar todas as garotas que conseguiam ver”. Além disso, teriam colocado placas pela área da equipe feminina com “suásticas e mensagens sexistas”. A situação teria se estendido por “DIAS reais” de uma competição que duraria uma semana, segundo a participante. Ela também destacou a ausência inicial de um canal de denúncias no servidor do Discord do evento, funcionalidade que só foi implementada após @Makio e outras garotas “mass-pingarem” a equipe de organização para requisitá-la.
A streamer da Twitch Phoefi corroborou parte dessas acusações, afirmando que “o lado das garotas foi infiltrado por hackers russos”. Ela também mencionou que garotos estariam subornando integrantes da equipe feminina com vales-presente de aplicativos de entrega de comida em troca da eliminação de suas próprias colegas de time. Soma-se a isso relatos não confirmados de que algumas garotas teriam vendido suas contas de jogo para homens. Tal cenário gerou um clima de grande desconfiança dentro da equipe feminina, que infelizmente se voltou contra mulheres trans. De acordo com as denúncias, mulheres trans teriam sido visadas “apenas por causa do tom de suas vozes”, o que teria desencadeado uma “grande briga no lado das garotas sobre transfobia”.
Os problemas, contudo, teriam surgido antes mesmo do início da competição. @ZavvyGamer alegou que o evento foi inicialmente divulgado como uma disputa de “CIV” (civilização), focada em construção e estratégia, e não como um embate PvP (jogador contra jogador). Devido à baixa adesão inicial de garotas, a organização teria começado a enviar convites para o servidor do Discord a qualquer garota que demonstrasse interesse em participar de um servidor de Minecraft do MrBeast. Consequentemente, um grande número de convidadas não possuía sequer conhecimento básico do jogo, como a criação de uma mesa de trabalho, segundo a participante. No entanto, jogadores da equipe masculina, como @JustQuacko, refutam essa versão, afirmando que a competição sempre foi anunciada como um evento PvP.
A disparidade entre as equipes feminina e masculina foi apontada por diversos jogadores. @UtibaCore, por exemplo, sugeriu que o MrBeast poderia ter demonstrado um “certo viés em relação aos garotos para tentar ajudá-los a vencer”, possivelmente vazando suas localizações ou oferecendo dicas. Phoefi também alegou que a equipe de organização “continuava a reviver aleatoriamente pessoas problemáticas” para garantir-lhes mais tempo de tela. “Definitivamente havia favoritismo e a narrativa foi bastante manipulada no final”, afirmou a streamer.
Importante ressaltar que nenhuma dessas alegações foi explicitamente mencionada no vídeo final da competição, sendo apenas aludidas na descrição. Em nenhum momento a disputa foi interrompida para melhorar a moderação ou assegurar um ambiente justo. Phoefi expressou a esperança de lançar em breve um vídeo apresentando sua perspectiva sobre os acontecimentos, o que poderia trazer maior clareza sobre o que realmente ocorreu. Enquanto isso, participantes como @ZavvyGamer manifestaram sua frustração com a remoção dessas questões da edição final, sentindo que isso contribuiu para retratar as garotas de forma distorcida e negativa.


