A primeira temporada da adaptação para a televisão da icônica franquia Fallout da Bethesda, produzida pelo Amazon Prime Video, conquistou elogios da crítica e do público, sendo considerada uma das melhores adaptações de videogames de todos os tempos. Criada por Geneva Robertson-Dworet e Graham Wagner, a série, estrelada por Ella Purnell, Walton Goggins e Aaron Moten, mescla elementos da rica lore dos jogos com uma história original, imersa no universo pós-apocalíptico da franquia. No entanto, a liberdade criativa tomada pelos showrunners em reinterpretar elementos canônicos gerou discussões.
Apesar do receio inicial, Robertson-Dworet e Wagner se mantiveram firmes em sua visão, argumentando que a adaptação para uma nova mídia exige ajustes e inovações. Wagner, em entrevista ao The Hollywood Reporter, citou obras clássicas como “Orgulho e Preconceito”, que também sofreram adaptações e mudanças ao longo dos anos, para defender a necessidade de reinterpretação. “Jane Austen não é sagrada mais”, afirmou. “Existia uma época em que seria considerado um sacrilégio desviá-la do original, mas não mais.”
A comparação com a aclamada série de The Last of Us da HBO foi inevitável, considerando o sucesso de ambas as adaptações. No entanto, Robertson-Dworet destaca uma diferença fundamental: a estrutura narrativa dos jogos Fallout, com seus vastos mundos abertos e múltiplos caminhos, confere uma flexibilidade que The Last of Us, com sua história linear, não possui. Essa liberdade permitiu a criação de personagens e tramas originais dentro do universo já estabelecido.
“Por ser um jogo de mundo aberto, há muitas maneiras de a narrativa se desenrolar,” explica. “Não é tão linear, sequencialmente, como The Last of Us — onde eles fizeram uma adaptação linda e muito direta da história do videogame. Não tínhamos essa opção, porque todos que jogam o jogo o fazem em uma ordem diferente. Isso foi maravilhosamente libertador, porque conseguimos criar nossa própria história e nossos próprios personagens dentro deste mundo. Quando começamos este projeto, nos perguntamos: ‘Quais personagens gostaríamos de criar neste mundo e mitologia?”
A produção da série Fallout resultou em uma obra que honra a essência dos jogos, cativando novos fãs e agradando os mais antigos. Série se destaca por sua fidelidade à ambientação e estética dos jogos, repleta de easter eggs e referências para os fãs mais atentos. A inclusão de personagens icônicos e a exploração de temas como a sobrevivência, a moralidade e a esperança em um mundo devastado, contribuem para a riqueza narrativa do show de TV.
Com 16 indicações ao Emmy, Fallout consolida seu lugar como uma das melhores adaptações de videogames da história, abrindo caminho para novas aventuras e histórias nesse universo rico e fascinante. A segunda temporada é muito aguardada.
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