A Ubisoft revelou oficialmente os detalhes de “Valley of Memory”, a aguardada expansão gratuita para o jogo Assassin’s Creed Mirage. Ambientado na região de al-Ula, na Arábia Saudita, o conteúdo adicional promete oferecer aos jogadores pelo menos seis horas de novas experiências. A equipe de desenvolvimento, segundo a empresa, enfrentou desafios particulares devido ao registro histórico escasso da região, especialmente para o período do século IX retratado no jogo. (via: gamesradar)
Florian Salomez, diretor de arte de “Valley of Memory”, detalhou em um novo diário de desenvolvimento, divulgado durante o evento de revelação, que o principal desafio foi reconstruir o local como ele poderia ter sido no século IX. Ele descreveu a tarefa como recriar uma civilização florescente de um lado e uma natureza selvagem ancestral do outro. Salomez enfatizou que, assim como ocorreu com a Bagdá da Era de Ouro, grande parte da documentação sobre este cenário incrivelmente rico foi perdida ao longo do tempo. Ele ressaltou ainda que, mantendo a tradição da marca Assassin’s Creed, o objetivo é garantir que o cenário e o período histórico brilhem, tornando o processo de recriação tanto um esforço artístico quanto histórico.
Apesar das limitações na compreensão moderna sobre os detalhes específicos de al-Ula, a Ubisoft conseguiu conceber mercados urbanos, fazendas próximas a oásis e as impressionantes estruturas de necrópoles que ainda hoje permanecem de pé. Olivier Leonardi, diretor criativo de “Valley of Memory”, afirmou que a equipe teve um cuidado extra para recriar os marcos mais icônicos com fidelidade, ao mesmo tempo em que garantiu uma experiência de jogabilidade divertida. Stephane Boudon, diretor criativo de Assassin’s Creed Mirage, reforçou a promessa de mais de seis horas de conteúdo jogável na expansão.
“Valley of Memory” também incorporará uma rica base histórica do mundo real. Os jogadores terão a oportunidade de descobrir e ler notas sobre a região, uma iniciativa que, segundo Abdulrahman Alsuhaibani, vice-presidente de cultura da Royal Commission for al-Ula, espera-se que encoraje os jogadores a aprofundar seus conhecimentos sobre a fascinante história e o patrimônio tangível de al-Ula.
Apesar do caráter promissor da expansão para os fãs da série, a revelação não vem sem um ponto de controvérsia já conhecido nos bastidores. A ambientação e o anúncio do DLC na Arábia Saudita levantaram discussões sobre um possível financiamento governamental. Sabe-se agora que o país de fato forneceu financiamento para a expansão, embora os detalhes específicos da parceria com a Ubisoft ainda não tenham sido divulgados publicamente.
Essa situação é alvo de críticas por parte de organizações de direitos humanos. A Human Rights Watch, por exemplo, alega que os investimentos da Arábia Saudita em esportes e entretenimento são utilizados para “lavar a imagem” do país diante de seu histórico considerado “abismal” em direitos humanos. É relevante notar que a Royal Commission for al-Ula, um dos parceiros no projeto, é presidida por um conselho de diretores cujo chefe é o Príncipe Herdeiro saudita Mohammed bin Salman.
