A Activision anunciou novas e rigorosas exigências para jogadores de PC interessados em Call of Duty: Black Ops 7, alertando que a ativação do TPM 2.0 e do Secure Boot será obrigatória para participar tanto do período beta quanto do lançamento oficial do jogo. Essa medida é parte de um esforço robusto da desenvolvedora para combater trapaças e garantir um ambiente de jogo justo para todos. (via: ign)
As funcionalidades TPM 2.0 e Secure Boot são componentes essenciais de segurança que bloqueiam hardware modificado e software não autorizado, criando uma barreira contra cheaters. A estratégia da Activision se assemelha à adotada por seu rival Battlefield 6, que também exige essas tecnologias para rodar em computadores. A empresa está ciente de que a fase beta, que inicia com acesso antecipado em 2 de outubro e se torna aberta em 5 de outubro, será um campo de testes para os trapaceiros. No entanto, a Activision afirmou que “é exatamente isso que queremos”, indicando que espera essa investida para aprender e aprimorar seus sistemas de defesa. O lançamento completo de Black Ops 7 está programado para 14 de novembro.
No entanto, a implementação dessas tecnologias não é isenta de desafios. Relatos de jogadores de Battlefield 6 indicam que muitos enfrentaram dificuldades para habilitar o TPM 2.0 e o Secure Boot, o que os impediu de jogar. Christian Buhl, diretor técnico de Battlefield 6, expressou seu lamento em entrevista ao Eurogamer, afirmando: “O fato é que eu gostaria que não tivéssemos que fazer coisas como Secure Boot. Isso impede que alguns jogadores joguem. Alguns PCs não conseguem lidar com isso e eles não podem jogar; isso realmente é uma pena. Eu gostaria que todos pudessem jogar o jogo com baixa fricção e sem ter que fazer esse tipo de coisa.”
A ativação do Secure Boot, por exemplo, exige que o usuário mexa com o BIOS do computador, uma área que nem todos os jogadores de PC dominam. Além disso, é necessário garantir que o disco do Windows esteja configurado como GPT e não MBR, um detalhe técnico que pode ser desconhecido para muitos. Após cumprir essas etapas, ainda há a possibilidade de não conseguir ativar o recurso, o que demandaria orientação do fabricante do hardware. Para jogadores menos experientes, esse processo pode ser intimidador.
Ciente dessas dificuldades, a Activision publicou guias detalhados para auxiliar os jogadores de Call of Duty na ativação do TPM 2.0 e do Secure Boot, incluindo informações sobre atualizações de BIOS para as 10 principais fabricantes de placas-mãe utilizadas pela comunidade. A empresa revelou que, no lançamento de Black Ops 7, esses requisitos se somarão às mais recentes atualizações do seu sistema RICOCHET Anti-Cheat.
Nessa etapa, será introduzido um sistema de verificação remota, conhecido como Atestado Remoto, que promete ser a salvaguarda mais robusta possível. Este tipo de atestado, que valida as configurações de TPM 2.0 e Secure Boot com servidores Microsoft Azure na nuvem, é considerado o método mais seguro de validação, superando os métodos de atestado de cliente ou local encontrados em outros jogos. A Activision explicou que isso cria um ambiente mais difícil para a operação de trapaças e garante que as proteções detectadas por esses recursos não possam ser ignoradas ou falsificadas, o que seria possível com a verificação local no PC do jogador. “Nossa defesa em camadas, que combina TPM 2.0, Secure Boot e os sistemas de detecção aprimorados do RICOCHET Anti-Cheat, oferece nossa proteção anti-trapaça mais avançada até agora, salvaguardando o jogo limpo em Call of Duty”, afirmou a empresa.
A Activision reforçou seu posicionamento, declarando: “Estamos estabelecendo um novo padrão para a segurança dos jogos. TPM 2.0 e Secure Boot não são opcionais; eles são a base do nosso sistema de defesa multifacetado e, com a sua ajuda, garantem uma experiência justa e segura para todos.”
A franquia Call of Duty, especialmente o battle royale gratuito Warzone, tem uma longa e conhecida reputação de ser alvo de trapaças. A Activision investiu uma quantidade significativa de tempo, dinheiro e energia para combater essa realidade, chegando a acionar fabricantes de cheats na justiça. No entanto, a batalha contra os trapaceiros continua sendo um desafio árduo para todos os desenvolvedores de videogames.
A estratégia da Activision para o beta de Black Ops 7 é proativa. Conforme detalhado em uma postagem de blog, a empresa acolhe os trapaceiros que tentarão testar os limites do jogo durante a fase de testes. “Os trapaceiros tentarão testar os limites durante o Beta. Isso é exatamente o que queremos, porque a #TeamRICOCHET está aqui, observando, aprendendo e removendo-os à medida que aparecem”, afirmou a Activision. É importante notar que qualquer conta permanentemente banida por trapaça durante o beta será banida em todos os títulos de Call of Duty, desde Call of Duty: Modern Warfare até futuros lançamentos.
Entre as inovações anti-trapaça, a Activision destacou seu novo sistema de detecção de “aimbot”, descrito como “um dos sistemas de detecção mais fortes que já construímos”. Além disso, foram implementadas novas detecções para “wall hacking”, tornando mais difícil para os trapaceiros que manipulam o jogo para ver inimigos através de superfícies escaparem da detecção.



