A mais recente edição do The Game Awards (TGA) gerou discussões e levantou questionamentos entre entusiastas e críticos da indústria de videogames. O evento, que se estendeu por quase quatro horas, levou o público a ponderar sobre as escolhas dos vencedores, a relevância dos anúncios de estreias mundiais e a capacidade da cerimônia de justificar sua longa duração. Uma análise recente, publicada em um portal especializado, ofereceu uma perspectiva particular sobre esses pontos, convidando à reflexão sobre o impacto e a memória deixada pela premiação. (via: kotaku)
Na avaliação do colunista, o grande destaque da noite foi o jogo Clair Obscur: Expedition 33, que fez história ao conquistar um número recorde de prêmios no TGA. Embora o articulista expresse admiração pelo título e concorde com o entusiasmo gerado em torno dele, ele considera que a magnitude da vitória foi “um pouco exagerada”. Ele questionou se Clair Obscur terá o mesmo legado de vencedores que marcaram época, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Elden Ring e Baldur’s Gate 3. Contudo, ele ponderou que a inovação não deve ser um fator exclusivo para o reconhecimento, sugerindo que o jogo representa “o jogo do momento” para a edição do prêmio.
Uma das principais críticas do autor se dirigiu ao sistema de votação do júri do TGA, especialmente no que tange à categoria de Melhor Jogo Indie. Para ele, Clair Obscur não deveria ter vencido nessa categoria. O colunista argumentou que, se um dos propósitos do evento é dar visibilidade ao maior número possível de jogos de qualidade do ano, permitir que um único título acumule múltiplos prêmios em diversas categorias – como Jogo do Ano, Melhor RPG ou Melhor Jogo Indie de Estreia – acaba por gerar “varreduras” de prêmios. Esse cenário, mesmo que justificado pelos méritos do jogo, torna a premiação monótona e impede que muitos outros títulos notáveis recebam o reconhecimento merecido no palco principal.
Ainda sobre os anúncios, o jornalista observou a tentativa do produtor Geoff Keighley de repetir o impacto de grandes revelações passadas, como a de Okami 2, com o anúncio de Mega Man Dual Overdrive, conhecido também como Mega Man 12. O autor, que cresceu com jogos da era NES e tem Mega Man 3 como uma referência pessoal, admitiu que a notícia o animou. No entanto, sua expectativa foi temperada pela data de lançamento, prevista apenas para 2027, e pela impressão de que a jogabilidade e a direção de arte mostradas não pareciam tão “sólidas ou inovadoras” quanto ele esperaria para o retorno do icônico “Blue Bomber”. Rumores da indústria indicam que a Capcom tem planos ambiciosos, mas o colunista avalia que a empresa terá um grande desafio pela frente.
A edição mais recente do TGA também foi percebida como “leve” na presença de grandes nomes e títulos capazes de gerar um “fator X” especial. A ausência da Nintendo, por exemplo, não surpreendeu. Já a Sony, embora tenha mostrado mais de seu título Saros, não gerou o mesmo entusiasmo que a revelação de novidades sobre Wolverine ou um novo God of War provocaria. Gigantes como Microsoft, Square Enix e Ubisoft, entre outros grandes publicadores, também estiveram ausentes ou tiveram uma presença discreta. Os que o autor considerou como os grandes momentos da noite – um novo RPG da série Divinity, da Larian Studios, e um novo jogo de Star Wars: The Old Republic, do ex-diretor da BioWare, Casey Hudson – acabaram tendo suas revelações um tanto “silenciadas” por teasers cinematográficos breves, que transmitiram uma atmosfera, mas sem aprofundar na história.
Em uma conclusão paradoxal, o articulista observou que, apesar de ter sido uma das edições mais “suaves e bem produzidas” do The Game Awards, a cerimônia também se revelou, por alguma razão, uma das “menos memoráveis”. Ele finaliza a análise expressando sua curiosidade em ver se essa “avaliação instintiva” se confirmará nos próximos anos.



