Apresentado como uma das atrações do Tokyo Game Show 2025, o jogo Ananta, desenvolvido pela gigante chinesa NetEase, teve sua primeira demonstração pública, gerando uma série de reações e comparações na comunidade gamer. Anteriormente conhecido como Project Mugen, o título já havia chamado a atenção desde seu anúncio oficial, principalmente por seu sistema de movimentação, que evoca as mecânicas de balanço vistas em jogos do Homem-Aranha. Com a revelação de seu mundo aberto, Ananta rapidamente estendeu as comparações a grandes nomes como Grand Theft Auto (GTA) e Yakuza, consolidando-se na percepção popular como uma fusão de elementos de jogos de sucesso, temperada com uma estética de anime. (via: gamesradar)
A demonstração no evento japonês permitiu que os jogadores tivessem um contato mais direto com o game. O portal Automaton compilou e traduziu algumas das impressões compartilhadas nas redes sociais por aqueles que experimentaram Ananta. Um dos feedbacks mais diretos veio do youtuber japonês Yanagi, que resumiu suas percepções de forma categórica: “Gráficos: excelentes. Exploração: Homem-Aranha. Batalhas: Yakuza. História: Yakuza. Vibrações: GTA. Conclusão: É um SpiderGTAYakuza”. A análise de Yanagi destaca a clareza das influências que a NetEase parece ter incorporado em seu novo projeto, desde a fluidez da movimentação urbana até a profundidade narrativa e o estilo de combate.
A recepção geral, conforme apontado pelo Automaton, revelou um misto de entusiasmo e ceticismo. Muitos jogadores expressaram satisfação em identificar referências e mecânicas de seus títulos favoritos em Ananta, vendo o jogo como uma celebração de elementos consagrados da indústria. No entanto, uma parcela da comunidade manifestou preocupação com a aparente falta de originalidade do título. Um usuário, em particular, levantou a questão da propriedade intelectual, comentando: “Não quero falar sobre plágio, mas sinto que eles vão ser processados e mudar as mecânicas [semelhantes às do Homem-Aranha] no meio do caminho”. Essa preocupação ecoa debates recentes na indústria de jogos, como a polêmica envolvendo Palworld e Pokémon, que resultou em discussões acaloradas sobre a inspiração e a cópia de elementos de gameplay.
Um ponto específico de divergência, notado por alguns observadores, reside na tentativa de replicar a “vibração Yakuza”. Embora Ananta incorpore elementos de combate e narrativa que remetem à aclamada franquia japonesa, os personagens apresentados são majoritariamente jovens e com uma estética claramente inspirada em animes. Isso contrasta fortemente com o tom característico da série Yakuza, que historicamente se apoia na figura de protagonistas masculinos de meia-idade, imersos em dramas melodramáticos no submundo japonês, algo que contribui para sua identidade única e madura.
Ananta surge em um momento de crescente destaque para a indústria de jogos chinesa. Historicamente, o cenário de desenvolvimento de games na China tem sido marcado por títulos voltados para o mercado doméstico ou para o segmento mobile. No entanto, o sucesso estrondoso de “Black Myth: Wukong” foi amplamente interpretado como o marco inicial para uma nova onda de jogos AAA produzidos no país, sinalizando uma ambição de competir no mercado global com produções de alto orçamento e qualidade técnica.
Nesse contexto, as expectativas em torno de Ananta são elevadas. Embora um desenvolvedor veterano da indústria chinesa tenha afirmado que, de fato, ainda não existe um “GTA chinês” que capture a essência completa da franquia ocidental, há uma clara determinação em “tornar os jogos cada vez melhores”. A NetEase, uma das maiores empresas de tecnologia e jogos da China, parece estar alinhada a essa visão, posicionando Ananta como um exemplo da crescente capacidade do país em produzir títulos ambiciosos e que buscam dialogar com o que há de mais popular e bem-sucedido no cenário mundial de jogos. A recepção final do público e da crítica definirá o lugar de Ananta nesse panorama em constante evolução.



