A Embark Studios, desenvolvedora do jogo Arc Raiders, anunciou a suspensão temporária da atividade “Bunker Escondido” de seu título. A medida, divulgada por Ossen, líder de comunidade da empresa, no servidor oficial do Discord do jogo, visa combater a proliferação de exploits que têm sido utilizados por jogadores para obter vantagens indevidas e prejudicar a experiência de outros participantes. A desativação permanecerá em vigor enquanto a equipe de desenvolvimento trabalha em uma solução definitiva para os problemas detectados. (via: kotaku)
O “Bunker Escondido” é uma das condições de mapa que se alternam no jogo, e sua dinâmica envolve a ativação de uma série de satélites e o download de informações de um bunker subterrâneo, com a expectativa de encontrar itens valiosos. Embora não seja considerada a atividade mais emocionante do jogo por alguns jogadores, ela ocorre exclusivamente no mapa “Spaceport”, uma área que se revelou particularmente vulnerável a falhas de exploração de parede, os chamados wall exploits.
Esses exploits permitiam que jogadores atravessassem as paredes do cenário, ganhando acesso a áreas restritas ou inatingíveis por meios normais. Dentro das paredes, os jogadores podiam atirar em oponentes de forma invisível e impune, criando um ambiente de jogo injusto. A porção subterrânea do mapa, em particular, já era conhecida por outros problemas técnicos, como jogadores que relatavam cair espontaneamente através do mapa enquanto exploravam. No “Spaceport”, as paredes mostraram-se especialmente suscetíveis à travessia por esses jogadores, que as utilizavam como esconderijo para emboscar outros sem qualquer risco.
Um dos exploits mais notórios e problemáticos permitia que jogadores acessassem salas trancadas sem a necessidade das chaves apropriadas. Por um período, diversos relatos indicavam que, ao desbloquear portas legitimamente, os jogadores encontravam as salas já completamente saqueadas, esvaziadas por aqueles que haviam explorado a falha. A técnica para realizar esse glitch envolvia que um jogador subisse no outro em frente à porta, combinando essa ação com um sprint para conseguir atravessar a parede com algum esforço. A frustração era tanta que alguns jogadores relataram ter parado de usar o preenchimento automático no matchmaking para evitar equipes que se dedicavam a explorar essa vulnerabilidade.
Em resposta a esses problemas, a Embark Studios implementou uma “Hot Fix” — uma correção rápida — que visava solucionar a questão dos wall exploits de forma engenhosa. A solução encontrada foi a instalação de armadilhas dentro das salas que, caso fossem invadidas sem o devido desbloqueio das portas, ativariam um mecanismo capaz de incinerar os invasores. Essa abordagem, embora criativa, não se mostrou totalmente infalível. Houve registros de incidentes em que o mecanismo de defesa foi ativado e causou a morte de jogadores mesmo fora das salas trancadas, indicando que a implementação ainda precisa de ajustes finos.
Em um jogo como Arc Raiders, onde os jogadores arriscam perder todo o seu equipamento e itens coletados em caso de morte, a presença de trapaceiros explorando falhas impacta de forma mais severa a experiência. A perspectiva de perder o progresso e os bens acumulados por conta de ações desleais gera uma frustração considerável na comunidade.
Apesar dos desafios técnicos, a comunidade de Arc Raiders também tem momentos de descontração. Recentemente, um grupo de jogadores tentou reproduzir o famoso “door glitch” — a falha que permite atravessar portas — na sede física da Embark Studios, localizada na Suécia. A tentativa, compartilhada em redes sociais, foi, no entanto, malsucedida, com os jogadores relatando terem chegado “tarde demais”. Felizmente, nenhum objeto foi roubado e ninguém foi ferido ou “incinerado” durante a inusitada visita à sede da desenvolvedora.



