O cenário dos videogames testemunhou, recentemente, o anúncio da chegada de “Dispatch” ao Nintendo Switch, marcando uma nova adição ao catálogo da plataforma. O jogo já se encontra disponível para pré-venda na eShop da Nintendo, com data de lançamento prevista para 28 de janeiro de 2026. Todas as versões do título, incluindo o pacote de atualização e o DLC “Art and Comics Pack”, foram disponibilizadas. No entanto, uma controvérsia surgiu imediatamente após a revelação: a arte da capa do “Art and Comics Pack” foi alvo de censura por parte da empresa. (via: thegamer)
A imagem original do “Art and Comics Pack” retrata os membros da equipe SDN em um descontraído dia de piscina, exibindo trajes de banho considerados bastante reveladores. Para os fãs do jogo, a ilustração foi recebida com entusiasmo, oferecendo uma nova perspectiva de seus personagens favoritos em vestimentas ousadas. Contudo, a Nintendo, ao que tudo indica, considerou a arte gráfica excessivamente sugestiva para os padrões de sua loja virtual.
A versão modificada da capa, implementada pela Nintendo, apresenta alterações notáveis. A personagem Blonde Blazer, por exemplo, teve o decote de seu maiô, no estilo frente única, atenuado para cobrir qualquer vislumbre de clivagem. O biquíni fio-dental de Prism foi transformado em um modelo mais tradicional, enquanto a vestimenta de Malevola, originalmente com alças frontais proeminentes, foi coberta na parte superior. Até mesmo Flambae teve seus shorts, que estavam ligeiramente abertos, zíperes fechados na nova versão. Além dessas mudanças específicas, diversas outras modificações sutis foram aplicadas aos cortes dos trajes de banho de outros personagens presentes na arte.
A decisão da Nintendo de censurar a arte da capa gerou surpresa e, em muitos casos, críticas por parte da comunidade de jogadores. Observadores e fãs questionam a lógica por trás de tal medida, especialmente quando se considera o vasto número de jogos com conteúdo abertamente explícito que permanecem disponíveis na eShop sem intervenções semelhantes. Segundo a perspectiva de alguns jogadores, a ilustração de “Dispatch” à beira da piscina é consideravelmente mais inofensiva e modesta em comparação com o material encontrado em muitos outros títulos disponíveis na plataforma.
A incoerência da política de moderação da Nintendo tornou-se um ponto central da discussão. Fãs apontam que a eShop hospeda “milhares de jogos baratos com temática hentai”, questionando a seletividade da censura aplicada a “Dispatch”. Um comentário repercutiu a percepção de hipocrisia, notando que é “curioso ver a Nintendo fazendo algo assim e depois permitir uns mil jogos baratos de temática hentai na Switch Store”.
Adicionalmente, a controvérsia se aprofunda ao se considerar o próprio conteúdo do jogo “Dispatch”. Outro fã destacou a ironia da situação, mencionando que “há uma genitália masculina explícita e brilhante na primeira meia hora do jogo”. Esta observação ressalta o paradoxo: censurar a arte de capa que serve como cartão de visitas do jogo, enquanto o próprio título contém elementos visuais que poderiam ser considerados muito mais gráficos e diretos. Segundo a crítica, a censura na arte promocional se torna ineficaz se o conteúdo interno do jogo já apresenta material explícito que poderia chocar pais ou responsáveis que comprassem o jogo para seus filhos.
Diante desse cenário, a atitude da Nintendo levanta questões sobre seus critérios de moderação e a aplicação de suas diretrizes de conteúdo na eShop. A comunidade se mostra dividida entre o amusement e a perplexidade diante do que muitos veem como uma aplicação inconsistente de padrões, gerando um debate sobre a liberdade artística e a responsabilidade das plataformas de distribuição digital.




