Uma semana de acesso gratuito ao jogo Call of Duty: Black Ops 6, lançado no ano passado, será liberada a partir de 9 de outubro, oferecendo aos jogadores a oportunidade de explorar a campanha, o modo multijogador e o popular modo zumbis. A iniciativa permite que interessados mergulhem em todo o conteúdo que o título tem a oferecer, sem custo, por um período limitado. A notícia, que por si só já seria um atrativo para aqueles em busca de entretenimento com orçamento limitado, ganha uma camada adicional de interesse devido ao seu sincronismo com um evento importante na indústria de jogos. (via: eurogamer)
Este período de acesso liberado para Black Ops 6 foi estrategicamente programado para coincidir com a data de lançamento do aguardado Battlefield 6, o principal concorrente no gênero de tiro em primeira pessoa. Se a escolha de datas for intencional, este movimento da Activision, produtora de Call of Duty, marcaria o primeiro contra-ataque explícito em uma crescente disputa de marketing entre as duas gigantes do setor de videogames. A rivalidade, que se acirrou publicamente nos últimos meses, envolve principalmente as estratégias de monetização e o estilo visual dos próximos lançamentos: Call of Duty: Black Ops 7 e o já mencionado Battlefield 6.
A origem dessa “guerra de narrativas” remonta à revelação do modo multijogador de Battlefield 6. Na ocasião, os desenvolvedores da Battlefield Studios não hesitaram em expressar sua intenção de manter uma abordagem mais sóbria e realista em relação aos visuais e acessórios dos personagens. Essa postura foi apresentada como um contraponto direto às “skins extravagantes e fora do universo temático”, que se tornaram uma característica proeminente nos jogos da franquia Call of Duty. A mensagem era clara: Battlefield se comprometeria com uma estética militar mais tradicional, distanciando-se dos cosméticos fantasiosos que, segundo a crítica implícita, haviam tomado conta do cenário competitivo.
A discussão sobre a predominância de cosméticos “excêntricos” em Call of Duty rapidamente ganhou força na comunidade e na mídia especializada. Em resposta a essa repercussão, a Activision anunciou pouco depois sua intenção de reavaliar e reduzir a ênfase em sua abordagem de visuais para Black Ops 7, prometendo um retorno a uma estética mais coerente. Contudo, a Electronic Arts (EA), responsável por Battlefield, não diminuiu o ritmo de sua campanha. A empresa continuou a reforçar essa mensagem em suas ações publicitárias.
Um exemplo notável foi um recente trailer de Battlefield 6 com atores reais, que fazia uma referência direta ao histórico de Call of Duty de incluir figuras do mundo real como skins de personagens no jogo. O trailer mostrava celebridades sendo subitamente “desintegradas” ou “explodidas”, dando lugar a um esquadrão de soldados com visuais realistas e típicos do ambiente militar, consolidando a crítica à suposta falta de seriedade ou realismo do concorrente. Até o momento, a disputa pela opinião pública parecia pender para o lado da EA, com sua campanha agressiva e bem-sucedida em ditar a narrativa.
Diante desse cenário, a decisão de disponibilizar Call of Duty: Black Ops 6 gratuitamente durante o lançamento de Battlefield 6 emerge como uma resposta estratégica e contundente da Activision. Ao oferecer um jogo completo e robusto sem custo, a empresa não apenas oferece uma alternativa de entretenimento aos jogadores, mas também busca desviar a atenção do lançamento do rival, potencialmente capturando uma parcela significativa do público que poderia estar considerando adquirir o novo Battlefield. A manobra é ainda mais perspicaz considerando que Black Ops 6 está no final de seu ciclo de vida, com Black Ops 7 programado para ser lançado no mês seguinte. Oferecer um jogo mais antigo gratuitamente minimiza o impacto nas vendas do seu próximo grande lançamento, enquanto maximiza a exposição da marca Call of Duty.
Para aqueles que decidirem aproveitar a semana gratuita de Black Ops 6, o jogo oferecerá uma série de eventos temáticos de Halloween e cosméticos especiais, imergindo os jogadores em um clima festivo. É importante notar, contudo, que esses itens e visuais transferirão para o Call of Duty: Warzone, mas não para o futuro Black Ops 7. Essa restrição faz parte da já mencionada decisão da Activision de manter a nova iteração da franquia visualmente coerente, sinalizando um compromisso renovado com uma estética mais uniforme e menos fantasiosa nos próximos títulos principais. A batalha por jogadores e percepção de marca no competitivo mercado de jogos de tiro em primeira pessoa segue com novos e intrigantes capítulos.



