O próximo lançamento da Capcom, “Resident Evil: Requiem”, que chega ao mercado em 27 de fevereiro, já sinaliza uma atmosfera de horror bastante impactante. Análises dos trailers divulgados mostram elementos clássicos do gênero survival horror, como a presença marcante de fogo e sangue, além de indícios de uma relação familiar complexa, que parecem ser centrais para a experiência assustadora proposta pelo jogo. Contudo, a equipe de desenvolvimento da Capcom, e em particular o diretor Koshi Nakanishi, revelam uma perspectiva curiosa sobre a concepção do terror. (via: gamesradar)
Em entrevista à IGN, Koshi Nakanishi, responsável pela direção de “Resident Evil: Requiem”, confessou que, após criar tantos títulos da franquia, a equipe de desenvolvimento já não consegue determinar o que é genuinamente assustador para o público. “Nós nem sabemos mais”, afirmou Nakanishi. “Fizemos tantos desses jogos que não conseguimos mais dizer até que outra pessoa jogue.”
Essa declaração é especialmente notável vinda de Nakanishi. O diretor também esteve à frente de “Resident Evil 7”, lançado em 2017, um jogo amplamente elogiado por seu retorno às raízes do horror e por sua capacidade de aterrorizar os jogadores. Em uma entrevista anterior ao GamesRadar+, Nakanishi comentou sobre a notória Família Baker, aterrorizante e implacável, e o cenário claustrofóbico de sua casa abandonada no pântano. Na ocasião, ele expressou a crença de que “algumas pessoas não conseguiram lidar com isso, e ou não terminaram, ou nem mesmo começaram” o jogo devido à intensidade do medo.
Aparentemente, essa é uma realidade para os desenvolvedores da franquia “Resident Evil”: o que para eles pode não causar mais nenhum sobressalto, ainda tem o potencial de tirar o sono dos jogadores. Nakanishi reiterou à IGN a dificuldade de julgar o fator medo de suas próprias criações. “Não sabemos se algo é assustador. Então dizemos, faremos isso, faremos aquilo, continuamos adicionando coisas, e em um certo ponto nós pensamos, e se [Grace] sofrer um grande corte na perna, ou sua perna for decepada, porque aquela coisa a ataca, e oh meu Deus, é tão assustador, mas nos acalmamos um pouco”, exemplificou o diretor, ilustrando o processo criativo e a contenção no desenvolvimento de cenas de horror.
Para “Resident Evil: Requiem”, Nakanishi expressa mais convicção de que o novo título representa “quase uma atualização” do estilo de survival horror visto em “Resident Evil 2”. Ele fez questão de diferenciar essa abordagem do foco na ação desenfreada presente em jogos como “Resident Evil 5”. “Eu não queria ter que fazer isso com o nono título de Resident Evil, onde eu apenas tentaria superar a ação de ‘Village’ [Resident Evil Village] e acabaria fazendo algo que eu não queria fazer”, explicou Nakanishi, indicando um desejo de manter a série fiel à sua essência de horror de sobrevivência.
Nakanishi também demonstrou uma abertura e entusiasmo pela concorrência no mercado de jogos de horror. Ele revelou seu desejo de adquirir o vindouro “Silent Hill f”, afirmando que a competição saudável no gênero é benéfica. Segundo ele, a rivalidade “mantém todos alertas”, incentivando a inovação e a busca contínua por experiências cada vez mais aterrorizantes para os jogadores.



