Em meio a uma enxurrada de trailers repletos de ação e adrenalina apresentados no evento The Game Awards, uma das novidades mais notáveis se destacou pela sua natureza distinta e suave: “Coven of the Chicken Foot”. O jogo desafiou quase todas as tendências da noite, revelando-se um título para um jogador, com um estilo de animação cel-shaded visualmente atraente e protagonizado por uma mulher idosa. Esta é a primeira empreitada do renomado Bruce Straley, um dos cocriadores do original “The Last of Us”, desde sua saída da Naughty Dog em 2017. (via: kotaku)
Em uma entrevista concedida à revista Polygon, Straley se manifestou pela primeira vez sobre sua surpreendente saída da Naughty Dog, que ocorreu logo após o lançamento de seu último trabalho com a empresa, “Uncharted 4: A Thief’s End”. Após dedicar 18 anos à desenvolvedora, Straley relatou ter se deparado com uma sensação crescente de repetição à medida que o estúdio se consolidava na produção de um tipo específico de jogo, característico da Naughty Dog. Historicamente, nas duas décadas anteriores, a empresa também havia lançado títulos como “Crash Bandicoot” e “Jak and Daxter” antes de se fixar na abordagem cinematográfica de ação presente em “Uncharted” e “The Last of Us”, as únicas séries de jogos que a Naughty Dog tem desenvolvido desde 2007.
Straley explicou à Polygon que sentia estar “respondendo às mesmas perguntas repetidamente”. Ele descreveu a situação como um “paradigma desse estilo de jogo — do qual eu fui parte na criação! Mas parecia que eu já havia estado nessa posição antes”. O designer enfatizou que seu cérebro “não lida bem com esse tipo de repetição”. Para ele, era fundamental encontrar “novos problemas para resolver, novas saídas criativas”. Embora não descartasse a possibilidade de novas oportunidades dentro da Naughty Dog, essa sensação de repetição se somava ao peso de estar “trabalhando muito, muito duro em algo que não era meu”, conforme suas próprias palavras.
“Coven of the Chicken Foot” representa, sem dúvida, um afastamento significativo desse cenário. Este é o primeiro jogo da Wildflower Interactive, um estúdio composto por 16 pessoas, fundado em 2021. O próprio estúdio descreve o título como uma “aventura para um jogador, emocionalmente rica e estilizada”. Nele, os jogadores assumem o papel de Gertie, uma bruxa idosa que é acompanhada por uma criatura peculiar. Este companheiro aprenderá com as ações de Gertie, adaptando-se para auxiliá-la da melhor forma em suas jornadas por florestas, masmorras e pântanos. A premissa central é que essa criatura, cujo nome não foi revelado, será um NPC moldado dinamicamente pela forma como o jogador conduz a aventura.
A escolha de uma mulher idosa como protagonista é um ponto de destaque, dada a representação historicamente limitada e muitas vezes estereotipada desse grupo em videogames, geralmente confinado a papéis de antagonistas maléficas. Um dos poucos exemplos notáveis de personagens femininas idosas jogáveis remonta ao pequeno jogo “The Graveyard”, de 2008, desenvolvido pela Tale of Tales. Visualmente, “Coven” tem sido descrito como encantador, embora alguns observadores tenham notado uma certa proximidade com o design de criaturas e até sons vocais de “Ori”, conforme apontado na análise original.
Até o momento, o jogo não possui uma data de lançamento definida. No entanto, “Coven of the Chicken Foot” já pode ser adicionado à lista de desejos dos jogadores na plataforma Steam, gerando expectativa para sua chegada ao mercado.



