Jogadores do PlayStation Plus no Brasil estão sendo alertados sobre um erro persistente no serviço de assinatura da Sony que pode resultar na perda permanente de licenças de jogos previamente adquiridos. O problema, que se tornou particularmente relevante com a inclusão de Yakuza: Like a Dragon no catálogo de outubro, afeta usuários que já haviam resgatado determinados títulos sob o antigo modelo do PS Plus Essential. (via: kotaku)
A questão central reside em uma falha no sistema de gerenciamento de licenças. Se um jogador adquiriu um jogo gratuito do PS Plus Essential antes de 2022 e, posteriormente, baixa o mesmo título através das versões mais recentes do serviço, como o PS Plus Extra ou Premium, a licença original pode ser permanentemente sobrescrita. Isso significa que, uma vez que o jogo seja removido do catálogo atual do PS Plus, o usuário perderá o acesso a um título que anteriormente possuía, mesmo que mantivesse a assinatura ativa.
A preocupação foi recentemente levantada por um usuário do Reddit, kabirsingh84, que alertou a comunidade sobre os riscos de baixar a versão de Yakuza: Like a Dragon agora disponível no PS Plus Extra. Este título havia sido oferecido como parte do PS Plus Essential em agosto de 2022. A re-aquisição do jogo por meio do novo catálogo pode apagar a licença original, removendo o direito de posse a longo prazo que o jogador tinha sobre ele.
Este problema não é novo e tem sido motivo de alerta desde a reformulação do serviço PlayStation Plus, que ocorreu há cerca de três anos. Zarmena Khan, do portal PlayStation Lifestyle, é uma das vozes que há tempos tenta conscientizar os jogadores sobre essa falha considerável.
Para compreender a gravidade da situação, é fundamental lembrar as mudanças na política do PS Plus. Antes de 2022, os jogos distribuídos mensalmente pelo PS Plus Essential eram, em essência, “seus para sempre” enquanto você mantivesse sua assinatura ativa. Era um benefício significativo que incentivava os jogadores a resgatar os títulos todos os meses. Contudo, em 2022, a Sony reformulou o PS Plus, adotando um modelo mais semelhante ao Game Pass da Microsoft. Sob essa nova estrutura, os jogos no catálogo Extra e Premium são acessíveis apenas enquanto permanecem parte da seleção. Uma vez removidos, os jogadores perdem o acesso, a menos que comprem a versão completa do título.
O erro de sobreposição de licenças une o pior dos dois mundos. Ele anula o benefício de “posse” da antiga política do Essential para jogos específicos, ao mesmo tempo em que os sujeita à volatilidade do novo catálogo. Assim, um jogador que antes tinha a garantia de acesso a um jogo por tempo indeterminado (com a assinatura), pode perder essa garantia ao interagir com o novo sistema.
Diante disso, a recomendação é clara: antes de baixar Yakuza: Like a Dragon ou qualquer outro jogo adicionado ao catálogo do PS Plus, é crucial que os usuários verifiquem suas bibliotecas de jogos. O objetivo é confirmar se o título em questão já havia sido resgatado em alguma rodada de jogos gratuitos do PS Plus Essential antes de 2022. É fácil esquecer quais jogos foram adicionados à biblioteca ao longo dos anos, e um descuido pode custar o direito permanente de jogar.
A situação expõe uma faceta mais ampla do cenário atual dos videogames, onde a posse digital de títulos se torna cada vez mais ambígua. A crescente dependência de licenças digitais e serviços por assinatura levanta questionamentos sobre os direitos do consumidor e a verdadeira propriedade dos bens digitais, mesmo aqueles que foram “comprados” ou “adquiridos” sob termos que pareciam mais favoráveis no passado. A fragilidade desses direitos, evidenciada por falhas como esta no PS Plus, sublinha a importância de os jogadores estarem sempre atentos às condições de uso dos serviços e à gestão de suas próprias bibliotecas digitais.



