Os diretores Koshi Nakanishi e Masato Kumazama, responsáveis por “Resident Evil Requiem”, concederam uma série de entrevistas durante a Tokyo Game Show, que ocorreu na semana passada. Entre os veículos de comunicação, o diretor Nakanishi conversou com Sam Woods, oferecendo detalhes sobre a direção que “Requiem” tomará em comparação com os títulos anteriores da franquia. (via: thegamer)
Nakanishi explicou que, embora “Resident Evil 7” tenha marcado um retorno às raízes do survival horror, “Village” inclinou-se novamente para a ação, intensificando os elementos presentes no seu antecessor direto. Segundo ele, não era seu desejo ver uma “escalada interminável de ação” dentro da série. Por essa razão, a equipe sentiu que era o momento de direcionar o novo jogo de volta à extremidade oposta do espectro, focando novamente no terror.
Em outra entrevista concedida à IGN, Nakanishi aprofundou essa mesma ideia, utilizando “Resident Evil 5” e “Resident Evil 6” como exemplos do ponto mais extremo do lado da ação na trajetória da franquia. O diretor argumentou que, ao seguir indefinidamente em uma direção predominantemente orientada para a ação, cria-se um “efeito de inflação”, onde se torna necessário adicionar cada vez mais elementos para superar o título anterior. Essa dinâmica, segundo Nakanishi, leva inevitavelmente ao cenário observado em “Resident Evil 5” e “6”. Ele ressaltou que, embora esses sejam “ótimos jogos”, o consenso geral é que eles afastaram a série do terror a ponto de descaracterizá-la, transformando-a em algo que já não podia ser categorizado como horror.
Nakanishi também revelou um desafio intrínseco ao desenvolvimento de jogos de terror: a equipe de produção, após trabalhar na franquia por um longo período, tornou-se “insensível” aos elementos de horror. Essa familiaridade constante com o material remove a capacidade interna de julgar o quão verdadeiramente aterrorizante o jogo é para um novo público. “Nós fizemos tantos jogos que não conseguimos mais saber, a menos que outra pessoa jogue”, explicou o diretor. Ele descreveu uma preocupação interna significativa antes das primeiras demonstrações públicas. Houve uma apresentação “hands-off” (onde o público assiste sem interagir) no Summer Game Fest e, posteriormente, uma sessão “hands-on” (jogável) na Gamescom. Antes desses eventos, a equipe se questionava: “Isso é realmente assustador? Porque nem nós mesmos sabemos mais. Isso é o nosso ganha-pão, o que fazemos todos os dias.”
Para o autor do artigo original, que teve a oportunidade de jogar uma prévia de “Resident Evil Requiem” durante a Gamescom, a resposta às dúvidas dos desenvolvedores é positiva. Com base no breve segmento testado, ele atesta que Nakanishi e Kumazama conseguiram, de fato, criar uma experiência genuinamente aterrorizante.
Em um tópico relacionado, os diretores Nakanishi e Kumazama têm minimizado as especulações sobre uma possível aparição de Leon S. Kennedy em “Requiem”, aconselhando o público a não tratar vazamentos de informações como verdades absolutas. No entanto, o autor original do texto levanta um questionamento sobre a credibilidade do estúdio, lembrando que a própria Capcom utilizou uma estratégia de “isca e troca” (“bait-and-switch”) durante o anúncio de “Requiem” no Summer Game Fest deste ano. Essa observação sugere uma cautela por parte do jornalista em aceitar cegamente as declarações oficiais da produtora.




