A franquia “Ghost”, célebre por transportar jogadores para cenários épicos do Japão feudal, continua a expandir seu universo, com o lançamento de “Ghost of Yotei”. Embora o novo título se posicione na mesma série que o aclamado “Ghost of Tsushima”, há uma distância considerável entre os dois jogos, abrangendo centenas de anos e apresentando um elenco de personagens completamente distinto. Diante dessa evolução, surge a questão fundamental: o que, de fato, define a essência desta série e a mantém unida? (via: gamesradar)
Para Brian Fleming, chefe do estúdio Sucker Punch, responsável pelo desenvolvimento da franquia, a resposta reside em um conceito surpreendentemente direto: “alguém empunhando uma katana”. Essa declaração, feita durante uma rodada de imprensa que contou com a presença do portal UnGeek, oferece uma clareza incomum sobre a visão dos criadores para o futuro dos jogos “Ghost”. No entanto, Fleming rapidamente qualificou essa definição, deixando claro que não se trata de uma licença para ambientar um jogo da série em qualquer lugar do mundo, desde que haja uma katana. A ideia de um “Ghost” em, por exemplo, Botswana ou Los Angeles, foge completamente à proposta do estúdio.
Apesar da simplicidade aparente da katana como elemento central, existem limites bem definidos que o Sucker Punch não pretende ultrapassar. “Não conseguimos imaginar um jogo Ghost ambientado, por exemplo, na Europa feudal”, explicou Fleming. Ele ressaltou que, embora existam muitos jogos excelentes ambientados nesse período, a Europa feudal simplesmente não encapsula o que um título “Ghost” representa. Para a equipe de desenvolvimento, a deslumbrante beleza natural do Japão é uma parte indissociável da identidade da série. Fleming compartilhou que apresentou essa visão durante a Tokyo Game Show, e a resposta dos fãs japoneses foi de grande apreço, confirmando a relevância dessa conexão cultural e estética. A promessa é que a franquia “sempre terá esse núcleo de aventura de mundo aberto com katana de algum tipo”.
O estúdio já demonstrou sua disposição em explorar novas abordagens dentro desses parâmetros estabelecidos. Com “Ghost of Yotei”, a equipe “pode mudar períodos de tempo” e “pode explorar diferentes cenários”, o que já foi evidenciado pela própria existência de Yotei em relação a Tsushima. Contudo, Fleming enfatizou que, apesar dessa flexibilidade criativa, “há definitivamente algumas fronteiras que provavelmente não cruzaremos”. Quais seriam essas fronteiras mais específicas? A resposta ainda permanece um mistério e, segundo o chefe do estúdio, apenas o tempo revelará, à medida que a PlayStation continuar a investir em sequências para sua bem-sucedida série de mundo aberto.
Paralelamente ao debate sobre a identidade da série, “Ghost of Yotei” já começa a acumular notáveis êxitos em termos de crítica. O novo título está sendo avaliado com 4 pontos a mais do que seu predecessor, “Ghost of Tsushima”, indicando uma evolução positiva na percepção dos especialistas e jogadores. Contudo, mesmo com essa recepção elevada, o ano de 2025 tem se mostrado extraordinariamente prolífico para a indústria dos videogames. A intensa competição e a quantidade de lançamentos de alta qualidade fizeram com que “Ghost of Yotei”, apesar de suas excelentes pontuações, mal consiga figurar entre os 20 melhores jogos do ano até o momento. Isso sublinha a riqueza e a diversidade do panorama atual dos games, onde mesmo grandes sucessos enfrentam um desafio considerável para se destacarem em um mar de excelentes opções.