Diretor de Mass Effect chega para salvar Destiny 2 em crise

Diretor de Mass Effect chega para salvar Destiny 2 em crise

A Bungie, desenvolvedora do popular jogo Destiny 2, anunciou a contratação de Hilary Hidey para a posição de diretora global da franquia Destiny. A movimentação ocorre em um período de desafios para o título, que busca corrigir mudanças polêmicas implementadas na expansão “The Edge of Fate” e se prepara para o lançamento de “Renegades”, uma expansão com temática inspirada em Star Wars. (via: gamesradar)

Hidey divulgou a notícia em sua conta no Twitter no início do mês. Em sua publicação, ela expressou grande entusiasmo com a oportunidade de trabalhar no futuro da franquia, pela qual declarou ter um amor de longa data. Em resposta a um fã, Hidey confirmou que é uma jogadora dedicada desde os primeiros dias de Destiny 1, reforçando sua familiaridade com o universo do jogo.


Destiny 2 Renegades trailer with Warlock holding blue lightsaber

A nova diretora traz uma vasta experiência para a Bungie. De acordo com sua biografia no Moby Games, acessível via seu perfil no Twitter, e seu histórico de empregos no LinkedIn, Hidey deixou recentemente a BioWare. Lá, ela atuou em “Dragon Age: The Veilguard” e fez parte da “equipe de ataque de Mass Effect”, um grupo de especialistas trazido para auxiliar no desenvolvimento do RPG. A agência Bloomberg havia reportado anteriormente que essa equipe de Mass Effect foi responsável por revisões essenciais e por alguns dos segmentos mais elogiados de “The Veilguard”, incluindo seu final. Até o mês passado, Hidey ocupava a posição de produtora principal em “Mass Effect 5”, intitulado por ela como “The Next Mass Effect” em sua página do LinkedIn, antes de sua transição para a Bungie.

Sua carreira também inclui passagens por outras grandes empresas do setor, como Bethesda e Electronic Arts (EA), em funções como gerente sênior de marca, gerente de produto e diversas outras “contribuições adicionais”. Hidey foi gerente sênior de marca em “Starfield” e colaborou em títulos publicados pela Bethesda, como “Hi-Fi Rush” e “Ghostwire: Tokyo”. Ela também trabalhou em múltiplas expansões para “The Elder Scrolls Online” e no jogo de cartas “The Elder Scrolls: Legends”. Outros projetos que contaram com seu trabalho incluem “The Evil Within 2” e “Dishonored: Death of the Outsider”. Sua trajetória profissional no desenvolvimento de jogos teve início em 2012, com “Mass Effect 3”, o que a levou posteriormente a “Dragon Age: Inquisition” e a vários de seus conteúdos adicionais (DLCs).

A função de diretor global de franquia pode assumir diferentes contornos dependendo do estúdio, jogo ou propriedade intelectual envolvida. No caso de Destiny 2, listagens de vagas arquivadas e espelhadas da Bungie para “diretor global de franquia Destiny 2” – que em algumas seções especificavam “diretor global de marketing de franquia” – indicam que o papel é “em última análise, responsável pelo sucesso editorial da IP Destiny”. A descrição da vaga detalha ainda que o profissional atuará como um “membro contribuinte fundamental da equipe de Liderança de Destiny 2 para defender percepções e análises vitais do consumidor, a fim de maximizar o impacto comercial e de marketing, a satisfação do cliente e o sucesso da franquia”. O cargo sugere uma função de gestão estratégica, supervisionando grandes componentes para manter a direção da franquia.

A chegada de Hidey ocorre em um momento considerado crítico para Destiny 2. O jogo tem registrado quedas no número de jogadores e o sentimento da comunidade tem sido majoritariamente negativo. Embora os dados mais precisos de jogadores estejam disponíveis apenas para a plataforma Steam (e Destiny 2 possua uma vasta audiência em consoles, tornando as estimativas apenas aproximadas via gráficos do SteamDB), a insatisfação é perceptível. Muitos jogadores, incluindo criadores de conteúdo de destaque, expressam não estar mais se divertindo com o jogo.

O MMO, com 11 anos de existência, já experienciou ciclos de altos e baixos ao longo de sua história. No entanto, o atual período de declínio, marcado por mudanças sistêmicas consideradas drásticas e mal implementadas, que simultaneamente removeram boa parte do conteúdo divertido e impuseram um tedioso sistema de progressão de poder, além de uma economia interna mais precária, é apontado como um dos pontos mais baixos de sua trajetória. Embora a Bungie tenha implementado algumas melhorias desde o lançamento de “The Edge of Fate”, expansão que recebeu algumas das piores avaliações já dadas a Destiny, essas correções muitas vezes apenas resolveram problemas que a própria expansão criou.

A verdadeira virada é esperada com “Destiny 2: Renegades”, a expansão programada para dezembro. Contudo, este lançamento também enfrenta seus próprios desafios. A temática aparente e, para alguns, discordante de Star Wars, surge em um momento em que muitos jogadores já questionam a identidade do jogo como um todo, buscando a diversão que costumavam ter em vez de, por exemplo, “sabre de luz”. Seria imprudente e injusto atribuir a responsabilidade por este cenário a uma única pessoa. No entanto, a reação da comunidade de Destiny 2 à nomeação de Hidey, um cargo de alto escalão, reflete o estado atual do jogo. Existe uma esperança de que o papel de Hidey na equipe que “concluiu” o desenvolvimento de “The Veilguard” na BioWare possa indicar uma reviravolta semelhante na Bungie. O sentimento dos jogadores resume-se a esperanças cautelosas e a um sincero “boa sorte”, mas é importante não depositar todas as expectativas em uma única função. A própria Bungie reconheceu, por meio de declarações, que “Destiny está se sentindo solitário agora porque tudo o que você faz é passar tempo nas minas”, indicando a percepção da empresa sobre os desafios atuais.

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