Resident Evil: Requiem, a nona iteração da consagrada franquia de survival horror da Capcom, está se preparando para seu lançamento em 27 de fevereiro, prometendo uma abordagem renovada tanto para sua narrativa quanto para a jogabilidade. Novas informações detalhadas pelo diretor Koshi Nakanishi, em uma entrevista traduzida concedida ao portal Automaton, oferecem um vislumbre das decisões criativas por trás do aguardado título, com foco na protagonista e na dinâmica de combate. (via: gamesradar)
A personagem central de Resident Evil: Requiem é Grace Ashcroft, uma analista do FBI descrita como inteligente e resiliente. Sua jornada é marcada não apenas por um trágico passado, que inclui a morte prematura de sua mãe, mas também por um forte senso de dever profissional e um chamado espiritual que a impulsionam a enfrentar a cena do crime. Grace é retratada como uma figura prática, inclusive em detalhes como suas “botas de couro bastante sensatas”.
O diretor Koshi Nakanishi explicou ao Automaton que, para esta nova parcela, a prioridade não será o combate ostensivo e grandioso com armas de fogo. Ele detalhou que a imagem de Grace com uma arma nas mãos serve a um propósito específico: “transmite o romantismo de uma garota delicada lutando com um revólver robusto”. Essa declaração sugere uma visão particular do diretor sobre a essência da personagem.
No entanto, o material promocional de Resident Evil: Requiem já divulgado tem apresentado uma faceta diferente de Grace. O autor do artigo original, ao observar a visão geral da jogabilidade apresentada no Summer Game Fest deste ano, notou que a personagem, embora descrita como “tímida”, demonstra uma tenacidade notável. Em uma cena em particular, ela é vista forçando sua saída de uma cadeira de contenção, mesmo estando desorientada após ser pendurada de cabeça para baixo e perder uma quantidade considerável de sangue. Essa demonstração de força e resiliência sugere uma personagem que, na prática, contraria a descrição de “delicada”.
De qualquer forma, a utilização de armas por Grace não será o foco principal do jogo. Nakanishi enfatizou que, embora “obviamente, haverá batalhas contra chefes”, os jogadores de Requiem devem esperar cenas de combate mais sutis. A inspiração, segundo ele, reside nos títulos clássicos da franquia, como Resident Evil de 1996 e Resident Evil 2 de 1998, distanciando-se das oportunidades “chamativas” de “sede de sangue” presentes em jogos que priorizam a ação com tiroteios intensos.
A essência da jogabilidade, de acordo com o diretor, residirá na capacidade dos jogadores de “expandir sua área de exploração em um espaço fechado e superar obstáculos usando a inteligência”. Isso aponta para um retorno às raízes do survival horror, onde a estratégia, a gestão de recursos e a resolução de quebra-cabeças são mais valorizadas do que o confronto direto e a força bruta. A ambientação fechada e a necessidade de pensar fora da caixa para progredir prometem uma experiência mais cerebral e imersiva.
A evolução de Grace Ashcroft também é um elemento central da narrativa e da experiência de jogo. Nakanishi explica que a protagonista “está assustada no início”, reagindo de forma natural aos horrores que a cercam. No entanto, a escalada da situação a leva a um ponto de ruptura, onde ela “se torna capaz de lutar contra seus inimigos”. A oportunidade de vivenciar esse processo de crescimento e transformação junto com a personagem é destacada como um dos principais atrativos de Resident Evil: Requiem.
Sobre o desafio perene de criar medo em uma franquia tão estabelecida, a Capcom descreve Resident Evil: Requiem como “quase uma atualização” do terror visto em Resident Evil 2. Contudo, em uma admissão sincera, os próprios desenvolvedores expressaram uma certa incerteza sobre o que ainda é capaz de assustar o público contemporâneo. “Fizemos tantos desses que não conseguimos dizer”, afirmaram, refletindo a complexidade de inovar no gênero após inúmeros lançamentos.



