O cenário dos videogames de horror tem presenciado um verdadeiro ressurgimento da aclamada franquia Silent Hill, que, após anos de relativo silêncio, voltou com força total. Os fãs da série, conhecidos por sua dedicação e apreço pela atmosfera sombria e narrativa psicológica, foram presenteados no ano passado com o anúncio e subsequente lançamento do aguardado remake de Silent Hill 2. Este ano, a expectativa cresce ainda mais com a promessa de uma nova e misteriosa entrada, Silent Hill f, que promete levar a franquia a direções inéditas. Não bastasse isso, circulam informações de que a Bloober Team, estúdio responsável pelo remake de Silent Hill 2, já teria iniciado os trabalhos em um remake do primeiríssimo Silent Hill, consolidando uma fase de revitalização sem precedentes para este pilar do gênero survival horror. (via: thegamer)
Em meio a essa efervescência de novos projetos e remakes, uma questão específica tem sido objeto de intensa especulação e debate entre a comunidade de fãs: a inclusão de “Born from a Wish” no remake de Silent Hill 2. “Born from a Wish” não é apenas uma história paralela; é um capítulo adicional que foi introduzido em versões posteriores do Silent Hill 2 original, como a “Director’s Cut” ou “Restless Dreams”, oferecendo uma perspectiva crucial da enigmática personagem Maria. Para muitos, essa expansão é fundamental para aprofundar a compreensão da psique dos personagens e da complexa narrativa do jogo. A possibilidade de ter essa porção da história recriada com os gráficos e a jogabilidade modernos do remake alimentava consideráveis expectativas.
Contrariando a onda de otimismo, Salóme Gunnarsdóttir, a talentosa atriz que empresta sua voz à personagem Maria – e cujo desempenho é intrínseco à complexidade de “Born from a Wish” – recentemente trouxe à tona informações que arrefeceram as esperanças dos entusiastas. Durante uma transmissão ao vivo, na qual coincidentemente jogava o próprio Silent Hill 2, Gunnarsdóttir foi bombardeada com perguntas de seu público sobre o destino de “Born from a Wish” no remake. A atriz, visivelmente desconfortável com a persistência das indagações, foi direta e transparente em suas respostas.
Com um tom que mesclava sinceridade e um certo lamento, Gunnarsdóttir declarou enfaticamente: “Não vou anunciar nada sobre Born from a Wish”. Em seguida, aprofundou sua explicação, revelando sua própria busca por informações. “Estive esperando que a Konami dissesse algo. Até perguntei à Bloober [Team] se eles iriam dizer algo, mas não gravamos nada de Born from a Wish. Sinto muito”, disse ela, deixando claro que, até aquele momento, não havia qualquer tipo de envolvimento dela ou gravação para o conteúdo adicional. “Não sei de mais nada. Só sei que não gravei nenhum material para isso. Sinto muito”, reiterou, reforçando que, em sua capacidade como dubladora, não havia participado de nenhum trabalho relacionado a essa expansão.
A declaração de Gunnarsdóttir reverberou rapidamente pelas redes e fóruns dedicados a Silent Hill. No popular subreddit da franquia, a reação foi imediata e dividida. Enquanto alguns fãs expressaram desapontamento com a aparente confirmação da ausência do conteúdo, muitos outros se apegaram a uma teoria: a possibilidade de que a atriz estivesse sob um rigoroso Acordo de Não Divulgação (NDA, na sigla em inglês). “A maioria dos contratos não permitiria que ela falasse sobre isso”, argumentou um comentarista esperançoso, cuja visão foi amplamente compartilhada. A crença de que a negação de Gunnarsdóttir poderia ser uma medida protetora para cumprir com obrigações contratuais, e não uma verdade absoluta sobre a exclusão de “Born from a Wish”, serviu como um pálido consolo para uma parcela significativa da base de fãs. Essa interpretação mantém viva a chama da esperança de que o conteúdo possa estar, de fato, em desenvolvimento e será uma surpresa futura.
No entanto, há também a hipótese de que a atriz estivesse sendo completamente transparente, sem qualquer restrição de NDA, e que suas palavras reflitam a realidade de que o conteúdo não foi dublado e, portanto, não está planejado ou em produção. Essa incerteza é agravada por exemplos contrastantes no próprio cenário da dublagem de videogames. Em agosto do ano passado, por exemplo, um ator de voz do vindouro “Mafia: The Old Country” confirmou abertamente seu envolvimento no novo jogo, sem a mesma hesitação ou ambiguidade demonstrada por Gunnarsdóttir. A distinção nas abordagens levanta questões sobre o status real de “Born from a Wish” no remake de Silent Hill 2.
A história de “Born from a Wish” oferece uma camada adicional de profundidade à narrativa já complexa de Silent Hill 2, explorando os motivos e a psique da misteriosa Maria, uma personagem que espelha e desafia o protagonista James Sunderland. Sua ausência do remake seria, para muitos, uma lacuna significativa na experiência completa. As palavras de Salóme Gunnarsdóttir, embora francas, deixam a comunidade de Silent Hill em um estado de limbo, oscilando entre a esperança de que um NDA esteja apenas adiando uma revelação e a dura realidade de que a expansão talvez não seja parte do pacote final. Até o momento, nem a Konami nem a Bloober Team emitiram qualquer comunicado oficial sobre o assunto, mantendo os fãs aguardando ansiosamente por uma confirmação ou desmentido definitivo que possa esclarecer o futuro de “Born from a Wish” no aguardado remake.



