Ex-chefe PlayStation temeu The Last of Us ser nichado demais

Ex-chefe PlayStation temeu The Last of Us ser nichado demais

O ex-chefe da PlayStation, Shuhei Yoshida, revelou ter ficado surpreso com a decisão da Naughty Dog de se afastar da bem-sucedida franquia Uncharted para desenvolver The Last of Us. A mudança representou um ponto de virada na trajetória do renomado estúdio, que tradicionalmente seguia um padrão de desenvolvimento distinto em suas plataformas anteriores. (via: gamesradar)

Historicamente, a Naughty Dog, ao longo de suas produções para PlayStation 1 (PS1) e PlayStation 2 (PS2), estabeleceu um ciclo previsível. Para o PS1, o estúdio criou três jogos da série Crash Bandicoot, complementados por um jogo de corrida aclamado, Crash Team Racing. Esse padrão foi replicado no PS2 com a franquia Jak and Daxter, que também seguiu uma estrutura de três títulos principais e um derivado. Contudo, ao chegar à era do PlayStation 3 (PS3), após o lançamento de três jogos de Uncharted, a Naughty Dog optou por uma direção radicalmente diferente.

Em vez de seguir o caminho mais seguro, dando continuidade à sua série de sucesso ou, como especulou Yoshida em tom de brincadeira, criando um jogo de corrida baseado em Uncharted, o estúdio decidiu embarcar em um projeto ambicioso. O quarto jogo da Naughty Dog para o PS3 foi um título de horror de sobrevivência apocalíptico: The Last of Us.

Em entrevista ao portal GameSpot, Shuhei Yoshida expressou seu espanto com a mudança. “Foi um pouco surpreendente que a Naughty Dog quisesse seguir em frente, deixando Uncharted, mas também que eles fossem criar algo realmente maduro”, afirmou o executivo. Embora Uncharted apresentasse temas maduros e o protagonista Nathan Drake frequentemente se envolvesse em confrontos que resultavam na eliminação de centenas de adversários, Yoshida descreveu a franquia como “um filme blockbuster de verão para um público muito amplo”.

The Last of Us, por sua vez, apesar de também envolver uma quantidade considerável de combate e mortes, como em Uncharted, o fez em um contexto completamente distinto. A nova obra da Naughty Dog ofereceu uma atmosfera deprimente e opressora, onde a brutalidade da violência era amplificada e apresentada de forma crua, contribuindo para uma narrativa substancialmente mais madura e sombria. Yoshida detalhou que, na época, chegou a manifestar uma certa preocupação: “Eu estava um pouco preocupado que pudéssemos estar nos tornando muito nichados ao optar por um tema tão maduro”.

Apesar das apreensões iniciais, a excelência na execução da Naughty Dog provou-se inegável. “No final, o trabalho deles produziu um jogo tão incrível que eles estabeleceram uma propriedade intelectual ainda maior que Uncharted”, declarou Yoshida. O sucesso estrondoso de The Last of Us não apenas rendeu dois jogos subsequentes extremamente bem-sucedidos e repletos de prêmios, mas também inspirou uma aclamada série de televisão que conquistou o público e a crítica globalmente.

Atualmente, embora Shuhei Yoshida não esteja mais envolvido diretamente com o desenvolvimento de jogos na PlayStation, ele mantém um olhar atento e animado sobre os projetos do estúdio. Ele mencionou estar “muito animado com o fato de eles estarem trabalhando em uma nova propriedade intelectual novamente com Intergalactic,” demonstrando a confiança contínua na capacidade inovadora da Naughty Dog.

A influência de The Last of Us na indústria dos videogames estendeu-se para além do universo PlayStation. Por exemplo, o diretor principal de Final Fantasy 7 Remake revelou ter se inspirado em títulos da PlayStation orientados pela narrativa, como God of War e The Last of Us, para moldar a primeira parte do ambicioso remake do clássico JRPG. Essa menção ressalta o impacto duradouro e a relevância que The Last of Us alcançou no cenário global dos jogos eletrônicos.

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