A popularidade renovada da série Fallout, impulsionada pelo recente sucesso de sua adaptação televisiva, tem levado um número crescente de jogadores a explorar o universo pós-apocalíptico de Fallout 76. No entanto, ao contrário de muitos títulos online modernos, o jogo da Bethesda Game Studios não oferece o recurso de cross-play, mantendo os jogadores restritos aos servidores de suas respectivas plataformas de hardware. Esta limitação tem sido um ponto de discussão frequente entre a comunidade, e recentes declarações dos desenvolvedores indicam que uma mudança neste cenário não parece iminente. (via: thegamer)
A questão do cross-play em Fallout 76 foi abordada em uma entrevista de mesa-redonda concedida pela equipe de desenvolvimento antes do anúncio da próxima grande expansão do jogo, intitulada “Burning Springs”. Durante este evento, que contou com a participação do ator Walton Goggins, o diretor criativo John Rush e o diretor de produção Bill Lacoste foram questionados sobre a viabilidade de implementar a funcionalidade de jogo multiplataforma. Suas respostas, no entanto, não demonstraram grande otimismo.
Bill Lacoste expressou a complexidade do desafio técnico envolvido, destacando que a ausência de cross-play no jogo é um tema recorrente nas discussões internas da equipe de desenvolvimento. “Recebemos muitas perguntas sobre isso, é algo que discutimos muito internamente, mas é simplesmente um enorme obstáculo técnico”, afirmou Lacoste. Ele enfatizou que a implementação de uma funcionalidade como o cross-play requer planejamento desde as etapas iniciais do desenvolvimento de um jogo. “Especialmente sete anos após o início do desenvolvimento do jogo. São coisas que você precisa determinar desde o começo, quando começa a criar o jogo”, pontuou o diretor de produção.
A natureza de um desenvolvimento que se estende por sete anos sem a previsão inicial para tal funcionalidade torna a sua implementação um desafio de grande magnitude. A integração de diferentes ecossistemas de plataformas – como consoles e PC – e a garantia de uma experiência de jogo coesa para todos os usuários exigem decisões arquitetônicas fundamentais que, idealmente, devem ser tomadas nas fases iniciais do projeto. Adaptar a infraestrutura de rede e os sistemas de gerenciamento de dados de um jogo já estabelecido para acomodar o cross-play representa um custo de tempo e recursos considerável, que muitas vezes desvia a atenção do desenvolvimento de novo conteúdo.
Apesar da complexidade e dos desafios técnicos, John Rush procurou tranquilizar os fãs ao afirmar que a ideia não foi completamente descartada. O diretor criativo indicou que a equipe de desenvolvimento continua investigando “caminhos ou soluções” para tornar o cross-play uma realidade em algum momento. “Portanto, não está esquecido, não é um ‘não’ definitivo, mas definitivamente não é um ‘sim'”, esclareceu Rush. Essa posição sugere uma situação de “nunca diga nunca”, indicando que a possibilidade, embora remota e sem prazo, pode ser considerada futuramente, caso soluções técnicas viáveis sejam encontradas. Contudo, no momento, o foco principal parece estar na entrega de novas experiências e conteúdos para os jogadores, mesmo que eles não possam interagir entre diferentes sistemas.
Em um contraste notável, a situação em “The Elder Scrolls Online”, outro título da Bethesda, parece um pouco mais promissora. Há sugestões de que o cross-play está sendo ativamente analisado para o MMORPG de fantasia, embora uma data de lançamento para essa funcionalidade ainda não tenha sido anunciada.
Enquanto a espera pelo cross-play em Fallout 76 continua, os jogadores podem antecipar a chegada da expansão “Burning Springs”, que promete ser a maior expansão de mapa até o momento no jogo. Além de expandir significativamente o cenário explorável, a atualização também adicionará “O Necrófago” (The Ghoul), um personagem icônico da aclamada série de Fallout da Amazon. A expansão “Burning Springs” está programada para ser lançada em algum momento de dezembro. Essa atualização visa oferecer aos jogadores novas aventuras e motivos para retornar ao universo de Fallout 76, independentemente das limitações de jogo multiplataforma.