O recém-lançado “Ghost of Yotei” tornou-se o mais recente título de alto orçamento a enfrentar um escrutínio inesperado e fervoroso por um detalhe específico: a física de sua água. A controvérsia, que já ganha proporções significativas na comunidade gamer, ecoa debates anteriores sobre a importância de elementos visuais aparentemente secundários em jogos AAA e, de forma notável, já arrasta “Assassin’s Creed Shadows” para a discussão. (via: thegamer)
A relevância da representação da água em videogames é um tópico que surpreendentemente tem se mostrado central para alguns jogadores. A discussão veio à tona com força há alguns meses, por exemplo, durante o lançamento de “Mafia: The Old Country”. Para uma parcela da audiência, a qualidade estética e a movimentação da água, assim como a capacidade de nadar nos ambientes virtuais, estabeleceram-se como um importante parâmetro para avaliar a excelência de produções triple-A.
“Ghost of Yotei” vivencia agora esse fenômeno de perto. Embora o jogo não integre a água de forma mecânica ou central à sua jogabilidade, priorizando outros aspectos visuais, o foco dos jogadores se voltou para este elemento. Assim como em “Ghost of Tsushima”, a água em “Yotei” serve majoritariamente como um componente ambiental, complementando o cenário sem desempenhar um papel ativo na interação do jogador. No entanto, tal fato não impediu que a física e o comportamento do elemento aquático se transformassem em ponto de crítica.
Lançado recentemente, “Ghost of Yotei” tem colhido elogios expressivos por seu design visual e ambientação, características frequentemente exaltadas em um exclusivo do PlayStation. Contudo, essa mesma visibilidade o transformou em alvo de críticas inusitadas, com a física da água e seus reflexos sendo um dos principais pontos de atenção. Para muitos, a implementação é perfeitamente aceitável e cumpre seu propósito. Para uma parte da comunidade, entretanto, a ausência de um realismo mais acentuado nesse quesito representa uma falha em um jogo de grande porte.
Um dos exemplos mais notórios da insatisfação veio do usuário do Twitter hard8_times. Ele compartilhou um clipe da personagem Atsu rolando na água e expressou sua frustração, questionando por que, após adquirir um “console de $750 com um jogo AAA de $70”, não se obtêm “detalhes que estavam presentes em jogos de 18 anos atrás”. O usuário chegou a declarar sentir-se “enganado”, manifestando um sentimento de desapontamento com a falta de interatividade do ambiente aquático. A situação remete, para alguns observadores, às discussões geradas pelo “Puddlegate” de Spider-Man, onde mínimos detalhes gráficos se tornaram foco de debates intensos.
A onda de críticas não se restringiu a um único incidente. A física da água em “Yotei” tem sido um ponto recorrente de discussão nas redes sociais. Outro usuário do Twitter, xboxBG, publicou um vídeo comparando a representação da água em “Ghost of Yotei” com a de “Assassin’s Creed Shadows”, descrevendo a cena como “triste” e afirmando que “Shadows” estaria “superando” “Yotei” nesse aspecto. Essa comparação, que revela claros indícios das chamadas “guerras de console” — a rivalidade entre as bases de fãs de diferentes plataformas —, demonstra como a física da água se tornou um foco particular para alguns jogadores.
Mesmo com as comparações, é importante notar que “Assassin’s Creed Shadows” também enfrentou sua parcela de críticas em seu lançamento, o que sugere que a insatisfação com a física da água pode ser um padrão de exigência ou um detalhe altamente escrutinado por uma parcela da comunidade gamer, independentemente do título em questão. Observadores da indústria apontam que, apesar de não ser um aspecto revolucionário, a física da água em “Ghost of Yotei” é funcional e adequada ao contexto do jogo.
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