O aguardado “Ghost of Yotei”, a sequência do aclamado título de grande orçamento “Ghost of Tsushima”, desenvolvido pela Sucker Punch, finalmente chegou aos jogadores. Com sua ambientação em um mundo aberto de samurais, o lançamento gerou grande expectativa e, logo que os fãs começaram a explorar o novo universo, a atenção se voltou para quais características e elementos do jogo original fariam seu retorno triunfal. (via: gamesradar)
Entre as funcionalidades confirmadas que marcaram presença na nova aventura, destaca-se a possibilidade de visitar as tradicionais fontes termais japonesas, ou onsen, para um momento de relaxamento e introspecção. Este elemento, já presente no primeiro jogo, levantou questionamentos específicos sobre como a Sucker Punch abordaria a representação da nova protagonista. Diferente de “Ghost of Tsushima”, que tinha como personagem principal o samurai Jin Sakai, “Ghost of Yotei” apresenta uma protagonista feminina, Atsu.
A mudança de gênero do personagem central, embora não devesse alterar substancialmente a jogabilidade ou a experiência narrativa, frequentemente abre margem para discussões sensíveis, especialmente no que diz respeito à representação da nudez em videogames. A forma como a nudez é retratada em personagens de diferentes gêneros pode ser um tema delicado na indústria, muitas vezes levando a escolhas de design que são percebidas como desiguais ou problemáticas. No entanto, para a alegria e alívio de muitos, a abordagem da Sucker Punch demonstrou consistência e bom senso.
A representação de Atsu nas fontes termais é praticamente idêntica à de Jin no jogo anterior. Ao entrar em uma onsen, Atsu é mostrada completamente nua, de costas, imergindo no banho natural. Após o período de relaxamento, a personagem se levanta revitalizada. O processo é simples, direto e não confere à personagem feminina uma atenção particular ou um tratamento diferenciado em comparação ao que foi dado a Jin em “Ghost of Tsushima”.
Essa decisão da desenvolvedora foi amplamente bem recebida pela comunidade de jogadores. Muitos expressaram satisfação, afirmando que esperavam uma abordagem potencialmente problemática, considerando que a equipe de desenvolvimento é predominantemente masculina. Em comentários em fóruns e redes sociais, a atitude da Sucker Punch foi elogiada. “Estou feliz que eles não trataram a nudez feminina de forma diferente da masculina”, observou um usuário em uma plataforma de discussão online. Outro adicionou: “Parece muito objetivo e não objetifica em nada”, destacando a percepção de que a representação foi feita com naturalidade e respeito.
Para além das discussões sobre objetificação e igualdade na representação, a comunidade de jogadores também abraçou o tema com uma dose de humor e leveza. Surgiu um divertido debate sobre qual personagem — Jin ou Atsu — possuía as “melhores” características físicas na visão dos jogadores. De forma bem-humorada, alguns comentários apontaram uma preferência pelo personagem anterior. “O bumbum do Jin é melhor”, afirmou um usuário do Reddit, enquanto outro comentou: “Vejo que o bumbum do Jin ainda é insuperável”, mantendo a brincadeira sobre a fidelidade visual dos modelos dos personagens.
É importante ressaltar que, além da representação visual, as sequências das fontes termais mantêm sua função narrativa. Assim como no jogo original, esses momentos são utilizados para que a protagonista reflita sobre os acontecimentos de sua jornada e sua história, adicionando uma camada de profundidade e propósito à experiência de gameplay. A Sucker Punch, ao que tudo indica, conseguiu entregar uma sequência que não apenas atende às expectativas em termos de jogabilidade e ambientação, mas também demonstra um cuidado notável com a representação de seus personagens, consolidando a percepção de que realmente produziu o título que os fãs desejavam.