A dificuldade em sequências de videogames, e se elas superam seus predecessores, é uma questão que, embora fácil de levantar, prova ser notoriamente difícil de ser respondida de forma unânime. A percepção de desafio é inerentemente subjetiva, e exemplos de jogos categoricamente mais difíceis são raros, sempre sujeitos a uma parcela de individualidade na experiência de cada jogador. É possível que alguém considere Zelda II: Adventure of Link mais fácil do que o The Legend of Zelda original, por mais incomum que tal opinião possa parecer, tamanha a notoriedade do segundo por sua dificuldade na era do NES. (via: thegamer)
Um recente debate em uma plataforma online ilustrou a fundo essa filosofia de que “o que é difícil para um pode ser trivial para outro”. O usuário “poubelle2table”, cujo nome faz referência a uma lixeira em francês, questionou a comunidade sobre outros exemplos de sequências mais difíceis, mencionando XCOM: UFO Defense, lançado em 1994, e sua sequência de 1995, XCOM: Terror from the Deep, como o único caso que ele conseguia recordar.
A discussão se aprofundou com outras contribuições. O usuário “neo_sporin” recordou que Advance Wars 2 foi especificamente apresentado como um título “para aqueles que venceram o primeiro”. Essa afirmação, no entanto, foi contestada por “Delliot90”, que questionou a dificuldade das fases iniciais do primeiro jogo. Em resposta, “neo_sporin” expressou sua confusão, esclarecendo que o Advance Wars original é geralmente considerado fácil na maior parte de seu conteúdo, enquanto Advance Wars 2 inicia desafiador e sua dificuldade progride.
No cenário dos RPGs de ação, The Witcher 2 foi citado por “masterbeatty35” como um jogo que “mudou completamente a fórmula para se adequar às expectativas de ARPG dos jogos modernos”. O usuário destacou que o combate do The Witcher original era baseado em um sistema de cliques rítmicos. Contrapondo essa visão, “Djebeo” argumentou que o combate de The Witcher 1 era, na verdade, mais difícil no sentido de exigir do jogador uma resiliência para suportar a “monstruosidade” da jogabilidade, a fim de apreciar a rica narrativa e atmosfera do game. The Witcher 2, contudo, apresenta uma curva de dificuldade peculiar, conforme outros usuários notaram. “MarcheM” relatou ter enfrentado dificuldades no início, mesmo no modo Normal, mas que o jogo se tornou “super fácil” após algumas horas na cidade de Flotsam.
A dificuldade do Halo original também gerou opiniões desiguais. “izagger” descreveu o modo Lendário como “desafiador, mas justo”. Em contraste, “khinzaw” discordou veementemente, afirmando que o modo Lendário de Halo: Combat Evolved parecia “desmoronar”, com muitos elementos que soavam “injustos ou, no mínimo, desagradáveis”, tornando-se uma “monotonia massiva”.
A sequência Hades 2 também provocou diferentes percepções de dificuldade. “Lazy-Owl-5148” estabeleceu que o jogo é “definitivamente mais difícil que Hades 1”, citando a maior quantidade de chefes, tipos de inimigos e a necessidade de foco intenso na maioria dos combates. Contudo, “nyether” apresentou uma experiência distinta, afirmando ter achado Hades 2 “muito mais fácil” que o primeiro. “ScottyBoy314”, por sua vez, não pôde oferecer uma avaliação totalmente imparcial devido à memória muscular retida de Hades 1, mas apontou a redução de i-frames nas esquivas, o potencial do carregamento ômega de prejudicar o jogador e a maior dificuldade das “runs no Olimpo” em comparação com quase todos os desafios de Hades 1, mesmo antes de aumentar o nível de “ódio/medo”.
No gênero de plataformas, a comparação entre Donkey Kong Country 1 e DKC2 foi levantada por “MoldyPond” sem grandes contestações. Entretanto, a menção de Tropical Freeze contra Returns gerou divergências. “herman666” expressou ter pensado o exato oposto, declarando-se “decepcionado com Tropical Freeze depois da dificuldade de Returns”. Após um pedido de esclarecimento sobre as versões dos jogos (já que Tropical Freeze foi portado do Wii U para o Switch, e Returns do Wii/3DS para o Switch), “herman” explicou que as fases de Tropical Freeze pareciam mais desafiadoras, possivelmente por ter jogado Returns primeiro.
Apesar das divergências em muitos títulos, um consenso, contudo, pareceu emergir em torno de Devil May Cry 3. “rugmunchkin” citou o jogo como um exemplo notório, especialmente a edição lançada na América do Norte, recebendo pouca ou nenhuma oposição. Devil May Cry 3 é considerado um jogo difícil pela maioria dos jogadores, mas a versão norte-americana ganhou infâmia por ser ainda mais árdua. Conforme um artigo de 2018 do PlatinumParagon, as configurações de dificuldade (Fácil, Normal e Difícil) nas versões PAL e japonesas correspondiam, respectivamente, aos modos Normal, Difícil e “francamente ridículo” na edição norte-americana.


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