O lançamento de “Let it Die: Inferno”, aguardada sequência do título de 2016 “Let it Die”, desenvolvido pela Grasshopper, tem gerado um intenso debate na comunidade de jogos e na indústria. A nova edição do jogo, que chegou ao mercado sob a batuta da Supertrick Games, encontra-se envolta em polêmica devido ao uso extensivo de inteligência artificial (IA) generativa em sua produção. A revelação do emprego da tecnologia provocou uma onda de críticas, um nível de desaprovação raramente visto em lançamentos recentes. (via: thegamer)
A detecção do conteúdo gerado por IA por parte dos jogadores rapidamente minou qualquer expectativa positiva em torno de “Let it Die: Inferno”. A reação da comunidade foi majoritariamente negativa, transformando a conversa sobre o jogo de antecipação para uma reprovação generalizada. Esse sentimento de ceticismo e frustração pode estar se refletindo nos dados de lançamento publicamente disponíveis, que já levantam dúvidas sobre o potencial de lucratividade do título.
Diante da controvérsia, a desenvolvedora, Supertrick Games, emitiu um comunicado oficial para esclarecer a situação. A empresa confirmou o uso de inteligência artificial generativa em determinadas áreas do jogo, especificando que a tecnologia foi empregada na criação de arte de fundo, em parte do conteúdo de voz e na composição musical. A Supertrick Games também disponibilizou informações de contato, buscando oferecer mais detalhes e evitar declarações infundadas de que outras seções do jogo teriam sido construídas com o auxílio de IA. O objetivo da desenvolvedora, conforme indicado, era delinear com precisão o escopo do uso da inteligência artificial no projeto.
Apesar dos esclarecimentos da desenvolvedora, a percepção inicial de muitos analistas é de que o impacto na reputação já está consolidado. Os dados de jogadores simultâneos (CCU) na plataforma Steam, por exemplo, oferecem um panorama do desempenho do jogo para PC, embora a situação no PlayStation 5 permaneça menos clara. Em seu pico, “Let it Die: Inferno” registrou modestos 813 jogadores simultâneos no Steam. No momento em que estas informações foram observadas, o número havia caído para aproximadamente 277 jogadores. Tais números são considerados baixos para um lançamento de grande porte e indicam uma performance preocupante no mercado de PCs.
Embora não existam dados públicos detalhados sobre o desempenho do jogo no PlayStation 5, é uma suposição comum na indústria que, quando um título apresenta resultados insatisfatórios em uma plataforma, é improvável que esteja entregando resultados substancialmente melhores em outra. Assim, a comunidade e os analistas do setor tendem a inferir que o desempenho no console da Sony possa não diferir drasticamente do observado no PC.
A avaliação dos usuários no Steam atualmente classifica “Let it Die: Inferno” como “Mista”. Esta categorização representa uma ligeira melhora em relação ao status anterior de “Ligeiramente Negativa”, que o jogo ostentava. Isso sugere que, apesar da controvérsia e dos números de jogadores, uma parcela da base de usuários está encontrando aspectos positivos no título, indicando que a experiência não é uniformemente rejeitada. No entanto, o consenso geral ainda não pende para uma recepção majoritariamente favorável.
A discussão acerca do uso de IA generativa em “Let it Die: Inferno” é vista por muitos como um divisor de águas, levantando uma questão crucial sobre as consequências comerciais e éticas dessa tecnologia na produção de jogos. Observadores da indústria e a própria comunidade de jogadores se perguntam se a desilusão em larga escala com o uso de IA tem uma ligação direta com o lançamento morno do jogo. Embora seja impossível determinar com certeza o que teria acontecido se a IA não tivesse sido utilizada, muitos especulam que o desempenho poderia ter sido superior. O caso de “Let it Die: Inferno” serve como um estudo de caso relevante sobre os desafios e as reações do público à integração de ferramentas de inteligência artificial no desenvolvimento de entretenimento digital, e suas potenciais repercussões financeiras e de imagem.





