Em meio a polêmica, a Ubisoft emitiu uma carta pública direcionada à comunidade japonesa para abordar as preocupações levantadas em relação à representação de Yasuke, um dos protagonistas de Assassin’s Creed Shadows. O personagem, um samurai africano baseado em uma figura histórica real, tem sido alvo de críticas online, amplificadas por personalidades como Elon Musk, que criticou o jogo por suposta “injeção de DEI” (diversidade, equidade e inclusão).
A carta, publicada nas redes sociais, reconhece a paixão da comunidade japonesa pela história e o cuidado com a integridade cultural do país. A Ubisoft enfatiza que a franquia “Assassin’s Creed” sempre se inspirou na história, sem pretender ser uma representação fiel dos eventos históricos. “Nosso objetivo não é apresentar nenhum jogo da série Assassin’s Creed, incluindo Assassin’s Creed Shadows, como uma representação factual da história ou de personagens históricos”, afirma o comunicado. “Em vez disso, buscamos despertar a curiosidade e encorajar os jogadores a explorar e aprender mais sobre o período histórico que nos inspira.”
Assassin’s Creed Shadows não é o primeiro jogo da série a apresentar figuras históricas reais, como Leonardo da Vinci em Assassin’s Creed 2. A Ubisoft reconhece que alguns elementos das materiais promocionais do jogo causaram preocupação entre a comunidade japonesa e se desculpa por isso. A empresa também esclarece que, apesar de consultar diversas fontes durante o processo de desenvolvimento, as decisões criativas, em relação ao gameplay e entretenimento, são tomadas pelas equipes de desenvolvimento.
A escolha de Yasuke como protagonista foi justificada pela sua “vida única e misteriosa”, que, segundo a Ubisoft, tornava-o um personagem ideal para contar uma história de Assassin’s Creed em Feudal Japão. “Embora Yasuke seja retratado como um samurai em Assassin’s Creed Shadows, reconhecemos que esta é uma questão de debate e discussão”, admite a carta. “Integramos isso cuidadosamente em nossa narrativa e, com nosso outro protagonista principal, o shinobi japonês Naoe, que é igualmente importante no jogo, nossos protagonistas duplos oferecem aos jogadores diferentes estilos de jogo.”
Marc-Alexis Côté, vice-presidente executivo de produção da série Assassin’s Creed, comentou recentemente sobre a polêmica em relação ao tweet de Elon Musk, que afirmou que “DEI mata a arte”. Côté revelou que considerou responder ao tweet, mas optou por não o fazer. “Essa mensagem gerou emoções… A primeira coisa que eu queria fazer era ir de volta ao X – que eu havia excluído – e simplesmente responder”, disse ele. “E eu simplesmente me retirei. Tenho um aplicativo de meditação no meu celular e fiz um pouco de meditação para tentar explorar as emoções que esse tweet criou. Para mim, Elon, é triste, ele está apenas alimentando o ódio. Eu tinha muitas respostas de três palavras que me vieram à mente.”
A polêmica em torno de Assassin’s Creed Shadows coloca em evidência a crescente discussão sobre representação e inclusão em jogos. A Ubisoft, ao se desculpar com a comunidade japonesa e explicar suas escolhas criativas, demonstra que está ciente da importância de lidar com esses temas com sensibilidade e respeito.
Assassin’s Creed Shadows será lançado em 15 de novembro para PS5, Xbox Series X/S, PC, Mac e Amazon Luna.
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