Ator de Kratos ironiza CEO da Amazon Games, que em defesa da IA, disse não haver atuação nos jogos

Christopher Judge reagiu ironicamente à fala de Christoph Hartmann, compartilhando performance de Ashley Johnson em The Last of Us Part II.2 min


Ator de Kratos ironiza CEO da Amazon Games, que em defesa da IA, disse não haver atuação nos jogos

Christopher Judge, o ator lendário por trás do imponente Kratos nos jogos God of War da Sony Santa Monica, se juntou ao coro de protestos contra declarações polêmicas de Christoph Hartmann, CEO da Amazon Games. Em meio à greve histórica do sindicato SAG-AFTRA contra grandes desenvolvedores de games, buscando melhores proteções contra a utilização de IA, Hartmann afirmou em entrevista à IGN que a tecnologia poderia acelerar o desenvolvimento e gerar novas ideias de gameplay. Para justificar a implementação da IA, ele provocou a ira da comunidade ao afirmar que “não temos realmente atuação” em jogos.

“É interessante porque os dubladores do SAG-AFTRA estavam explicitamente convocando uma greve em parte porque estavam buscando proteções contra a IA , e você estava falando sobre como a IA é uma forma de agilizar processos. Você tem monitorado essa greve? Você tem alguma ideia sobre isso?”, perguntou o IGN à Hartmann.

“Sim, temos. Quer dizer, tenho que ter cuidado com o que está aqui porque somos uma grande empresa e temos que lidar com todas essas organizações, então não quero realmente me meter nisso. Mas quando falamos sobre IA, antes de tudo, espero que nos ajude a ter novas ideias de jogabilidade, o que não tem nada a ver com tirar trabalho de ninguém. E especialmente para jogos, não temos realmente atuação… A maioria da equipe fica na programação e isso não vai acabar porque é tudo sobre inovação. Se for preciso alguma coisa, serão realmente as partes chatas. Acho que o que pode ser super útil é a localização. No momento, estamos localizando nosso jogo em um determinado conjunto de idiomas. Basicamente, faz sentido comercialmente tê-lo em um idioma, sim ou não? Ter IA realmente nos ajudará,” respondeu o executivo.

Hartmann alegou que a IA não visa substituir os humanos, focando em otimizar processos e simplificar tarefas repetitivas. Ele destacou que a equipe de programação, o coração do desenvolvimento de jogos, continuará sendo fundamental. No entanto, sua visão de que a atuação não é um elemento crucial para os games foi recebida com indignação por profissionais da indústria e jogadores. Judge, em uma resposta contundente e direta, compartilhou no X um vídeo da performance emocionante de Ashley Johnson em The Last of Us Part II.

“Graças a Deus, realmente não há atuação em videogames… Absolutamente brilhante”, escreveu Judge ironicamente, em clara referência às declarações de Hartmann mas com elogios à performance de Johnson, demonstrando a profunda habilidade e emoção que os atores aportam ao universo dos games. O posicionamento de Judge ecoou a indignação de uma comunidade unida em defesa da importância da atuação e da criatividade humana na indústria de jogos.


A polêmica gerada por Hartmann demonstra a crescente tensão entre os desenvolvedores e os profissionais que dão vida aos jogos. A discussão sobre o papel da IA na indústria de videogames é complexa e exige um debate aberto e honesto sobre como garantir que a tecnologia seja utilizada de forma ética e responsável, sem comprometer a criatividade e o trabalho humano que tornam os games experiências tão únicas e memoráveis.


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