Atriz de Quiet em Metal Gear diz que “respeita” design “sexualizado” da personagem

Stefanie Joosten disse que embora a história apresentada explique por que ela usa um biquíni na maior parte do tempo, não justifica, mas entende.

Imagem/Reprodução

Lançado em 2015, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain foi o último jogo da série produzido por Hideo Kojima e sua Kojima Productions, até o rompimento do desenvolvedor com a Konami naquele mesmo ano. 8 anos depois, a atriz que interpretou Quiet no game, reflete sobre o “esterótipo” da personagem.

Em conversa com o IGN, Stefanie Joosten disse que entende os dois lados da controvérsia em torno da sexualização excessiva das mulheres nos videogames e na mídia em geral devido à personagem usar um biquíni visível na maior parte do tempo, sendo uma assassina militar.

“Tem sido interessante ver as discussões sobre o personagem. Claro, eu os vi e li muitas perspectivas diferentes sobre o personagem na época. E ainda assim, respeito as escolhas que Kojima fez e sua equipe no design do personagem,” disse Joosten. “E também, é claro, há apenas a opção de criar um personagem que seja visualmente atraente. Acho que os videogames ainda são, de certa forma, uma espécie de mundo de fantasia em que você entra, então eu definitivamente respeito as escolhas em relação à aparência Quiet, por exemplo, sendo bastante revelador.”

Joosten falou que entende por que as pessoas também não estão felizes com a forma como Quiet foi retratada, suferindo que o personagem é um “produto” da época.

“Eu também entendo a perspectiva das pessoas que não estão tão felizes com a forma como ela foi retratada. Este jogo foi lançado em 2015 e acho que o cenário dos videogames mudou bastante desde então. As pessoas estão procurando por mais representação e eu realmente entendo,” acrescentou.

Em Metal Gear Solid 5, Quiet usa poucas roupas (chegando até a “desfilar” pela base usando apenas o tal biquíni) porque sofreu ferimentos graves ao tentar matar Big Boss. Embora esses ferimentos não possam ser vistos, tecnicamente ela só consegue respirar ou beber pela pele e muita roupa poderia “causar asfixia”, com Kojima também dando a entender que achava que a personagem era bastante voltada para o futuro na época, que ele a criou “como uma antítese” para personagens femininas apresentadas em videogames do passado, mas os críticos não acreditaram que isso justifique, questionando se a personagem foi objetivada e usada como forma de vender o game, também através de action figures, estátuas de Quiet, como uma que apresentava “seios de plástico macios” que o próprio desenvolvedor divulgou em suas redes sociais na época.

A atriz também não acredita que os motivos da história sejam fortes o suficiente para justificar a falta de roupas e que a roupa de Quiet “não é nada prática”, argumentou. “Mesmo com a explicação que foi dada sobre a respiração dela pela pele, é claro que havia muitas outras opções que você poderia ter escolhido. Eu pude ver a arte do personagem quando estávamos iniciando a captura de movimento e, claro, minha primeira reação foi, ‘esse é um traje muito revelador’, mas eu respeitei e aceitei. Então essa é basicamente a minha postura. É fantasia, e eu acho isso aceitável também. Mas eu entendo que ter uma representação mais diversificada em videogames para mulheres e todas as minorias é algo que eu também encorajaria.”

A sexualização de personagens femininas está presente em praticamente toda a saga Metal Gear, de Meryl a Sniper Wolf, personagens que estão em Metal Gear Solid: Master Collection Vol. 1, coletânea de clássicos relançados, que reúne os primeiros jogos da franquia, já disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e PC.

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