A decisão da Naughty Dog de cancelar o jogo multiplayer independente de The Last of Us gerou polêmica entre os fãs, que se chatearam com a notícia do cancelamento, após muito tempo na expectativa. Especulações correm soltas, apontando para a influência da Bungie, desenvolvedora de Destiny, em relação à decisão. Jason Schreier, jornalista conhecido por suas informações privilegiadas sobre a indústria de games, esclareceu a situação, afirmando que não houve uma imposição por parte da Bungie, mas sim um feedback construtivo que levou a Naughty Dog a reconsiderar seu projeto.
“Você pode contar uma história sobre como um estúdio que não faz um bom jogo desde 2010 (Halo Reach) pode dizer à Naughty Dog, um estúdio que faz jogos aclamados pela crítica, para cancelar um projeto?”, questionou um usuário no X. “Não foi isso que aconteceu,” respondeu Schreier.
Segundo o jornalista, a Bungie, com sua vasta experiência no gênero de jogos como serviço ao vivo, compartilhou sua visão e conhecimentos com a Naughty Dog. A equipe, reconhecendo a validade do feedback, decidiu que o caminho mais prudente era focar em um projeto diferente, evitando os riscos inerentes ao desenvolvimento de um jogo GAAS.
A Bungie deu feedback à Naughty Dog que a Naughty Dog considerou extremamente útil ao tomar o que provavelmente foi uma decisão muito inteligente de não apostar tudo em um jogo de serviço. – Jason Schreier
A escolha da Naughty Dog pode ser vista como uma demonstração de inteligência estratégica, considerando o histórico recente de jogos de serviço que enfrentaram dificuldades. Schreier cita exemplos como Anthem, Suicide Squad, Marvel’s Avengers e Redfall, que apesar de grandes expectativas, acabaram decepcionando tanto crítica quanto público.
As pessoas que lamentam esse cancelamento deveriam realmente olhar para a história dos estúdios single-player que se dedicam a criar jogos de serviço como Anthem, Esquadrão Suicida, Vingadores da Marvel, Redfall e assim por diante. – Jason Schreier
Essa decisão de cancelar o multiplayer independente de The Last of Us, que seria uma herança do modo Factions do primeiro jogo, mas em um mundo aberto e ambicioso, pode parecer frustrante para alguns fãs, mas, ao analisar o panorama atual do mercado e os riscos envolvidos nesse tipo de projeto, a escolha da Naughty Dog demonstra uma postura responsável e focada na criação de experiências de alta qualidade.
O cancelamento
No anúncio de sua decisão em dezembro de 2023, o estúdio disse que foi uma decisão difícil, mas um jogo de serviço ao vivo exige suporte durante anos e isso poderia prejudicar os jogos para um jogador que está desenvolvendo. O game, que se chamaria The Last of Us Online, estava criando uma experiência que consideravam “única e com um potencial tremendo”, que a jogabilidade estava ficando “refinada e satisfatória” e estavam entusiasmados com a direção que estavam tomando, antes de tomar a difícil decisão de “interromper o desenvolvimento desse jogo.”
A desenvolvedora também disse estar imensamente orgulhosa de todos no estúdio que estiveram nesse projeto, que “os aprendizados e investimentos em tecnologia deste jogo serão levados em consideração”, na forma como desenvolvem seus outros projetos e serão inestimáveis na direção que estão tomando como estúdio, acrescentando que há mais de um novo jogo single player ambicioso em que estão trabalhando. “Mal podemos esperar para compartilhar mais sobre o que vem a seguir quando estivermos prontos. Até então, estamos extremamente gratos à nossa comunidade pelo seu apoio ao longo dos anos.”