A Electronic Arts (EA) intensificou a campanha de marketing para Battlefield 6, adotando uma estratégia que inclui uma alfinetada direta ao seu concorrente no gênero de tiro em primeira pessoa, Call of Duty. O trailer oficial em live-action de Battlefield 6, lançado recentemente, abre com o que parece ser uma paródia dos trailers estrelados por celebridades de Call of Duty. Um exemplo clássico desse estilo é o vídeo “There’s a Soldier in All of Us” para Black Ops, de 2010, que apresentava o falecido Kobe Bryant e o apresentador Jimmy Kimmel em um cenário de guerra simulado. (via: ign)
O anúncio de Battlefield 6 traz o ator Zac Efron, o astro do basquete Jimmy Butler, o cantor country Morgan Wallen e o lutador do UFC Paddy Pimblett, que assumem as classes disponíveis no jogo, exibindo visuais de armas extravagantes. A sequência inicial sugere que o trailer seguirá o estilo de Call of Duty, mas o discurso de Zac Efron é abruptamente interrompido por um míssil que pulveriza o esquadrão.
Em uma reviravolta inesperada, soldados com uma estética realista e militarista emergem da fumaça. Um deles questiona: “Quem eram aqueles?”, ao que outro responde: “Não importa. Vamos em frente.” A partir desse ponto, o público é apresentado a um trailer repleto da ação explosiva e da destruição ambiental pelas quais a série Battlefield é conhecida. O vídeo encerra com a frase “Only in Battlefield” (Apenas em Battlefield), transmitindo uma mensagem clara: Battlefield 6 não se assemelha a Call of Duty; é um jogo de tiro em primeira pessoa sério e com uma abordagem mais realista.
A estratégia da EA rapidamente chamou a atenção dos fãs. Nas redes sociais, muitos notaram a provocação. Um usuário do YouTube comentou: “Espera. Empresa de jogos zoando outra empresa de jogos em seu trailer em 2025??? Voltamos para 2010.” Outro acrescentou: “Eles estão literalmente zombando de Call of Duty a essa altura.” No Reddit, um fã expressou: “Oh meu Deus, eles nos pegaram na primeira metade, não vou mentir”, e outro observou: “Acho que sabemos de quem eles estão zombando, equipe de marketing S+.”
A disputa entre Battlefield e Call of Duty neste ano vai além dos trailers provocativos. A desenvolvedora DICE indicou que não planeja lançar skins de crossover que comprometeriam a estética almejada para Battlefield 6, e prometeu que os desenvolvedores estão atentos ao feedback dos fãs. Em uma entrevista recente ao DBLTAP, o diretor de design de Battlefield 6, Shashank Uchil, reforçou o compromisso da EA com o realismo e a ambientação militar, apontando especificamente a infame skin da Nicki Minaj em Call of Duty como algo que Battlefield 6 não precisa.
“Tem que ser realista”, afirmou Uchil. “É isso que BF3 e BF4 eram — eram todos soldados, em campo. Será assim”, disse ele, apontando para a arte principal que mostrava soldados com equipamentos militares olhando para uma Nova York devastada pela guerra. Ele acrescentou: “Não acho que precise de Nicki Minaj. Vamos manter a realidade, manter os pés no chão.”
A incursão de Call of Duty no território das skins “exageradas” é bem documentada, embora lançamentos recentes tenham intensificado o debate sobre elas. Com personagens como Beavis e Butt-Head e American Dad chegando ao jogo este ano, pouco depois de pacotes temáticos sobre cannabis com Seth Rogen, alguns fãs expressaram cansaço com o que chamam de “Fortnite-ificação” de seu amado Call of Duty, pedindo à editora Activision que retorne às suas raízes de simulação militar.
No mês passado, a Activision surpreendeu a comunidade de Call of Duty ao confirmar que Operadores, Skins de Operador e Armas de Black Ops 6 não seriam transferidos para Black Ops 7. Essa decisão gerou grande surpresa entre os jogadores que esperavam que o conteúdo adquirido para Black Ops 6 fosse mantido, como ocorreu em edições anteriores, especialmente porque Black Ops 7 segue diretamente o Black Ops 6 do ano passado. Explicando a decisão, a Activision declarou que Black Ops 7 “precisa parecer autêntico a Call of Duty e seu cenário”.
Isso significa que, no lançamento, ao menos, as skins mais extravagantes não estarão presentes no modo multiplayer. Aparentemente, o multiplayer terá uma estética alinhada com Black Ops 7, pelo menos inicialmente. A Activision continuou, afirmando que os pacotes e itens de Black Ops 7 “serão criados para se adequar à identidade Black Ops”. A empresa também acrescentou: “Ouvimos o feedback. Precisamos entregar um melhor equilíbrio em direção à experiência imersiva e central de Call of Duty.”
Battlefield 6 representa um lançamento crucial para a EA e, com base neste trailer live-action, a empresa está investindo pesado na promoção do jogo. Battlefield 6 lidera a ofensiva, com lançamento previsto para 10 de outubro, antes que Call of Duty: Black Ops 7 contra-ataque em 14 de novembro. Será interessante observar qual das duas grandes editoras terá mais motivos para comemorar quando a poeira baixar. Este mês tem sido marcado por exemplos de empresas de videogames que satirizam seus rivais em campanhas publicitárias. No início do mês, a Sega reacendeu sua antiga rivalidade contra a Nintendo com um trailer provocativo para Sonic Racing: CrossWorlds, que alfinetou o título de lançamento do Switch 2, Mario Kart World.
