Paramount mira aquisição hostil da Warner por $108 bi contra Netflix

Paramount mira aquisição hostil da Warner por $108 bi contra Netflix

A corrida pela aquisição da Warner Bros. Discovery (WBD) intensificou-se drasticamente, com a Paramount Skydance lançando uma oferta de aquisição hostil que supera significativamente a proposta anteriormente aceita pela Netflix. A Paramount apresentou uma oferta de US$ 30 por ação pela totalidade da empresa, avaliando-a em mais de US$ 108 bilhões. Esta nova movimentação representa um acréscimo de US$ 25 bilhões em relação ao valor que a Netflix se preparava para pagar, no que configura uma batalha bilionária pelos ativos do conglomerado de mídia. (via: kotaku)

Anteriormente, a Paramount Skydance já havia manifestado interesse na aquisição da Warner Bros. Discovery, oferecendo US$ 20 por ação pela empresa completa. No entanto, o CEO da Warner, David Zaslav, recusou essa proposta. A situação se tornou ainda mais acirrada quando, na semana passada, a Netflix fechou um acordo com a Warner por US$ 27,5 por ação. Este valor, contudo, seria pago após a divisão planejada da WBD, que deverá ocorrer na segunda metade de 2026.

A proposta da Netflix, de US$ 27,5 por ação, considerava a Warner Bros. Discovery já dividida, o que implicaria na separação das divisões “Discovery” e suas redes de TV a cabo, que registram prejuízos, com estas últimas assumindo todas as dívidas da Warner. Na época, rumores indicavam que Zaslav buscava um valor de US$ 30 por ação para a parte remanescente da empresa após a divisão, uma avaliação considerada bastante elevada, mas que ele almejava justificar pela reestruturação.

Agora, a Paramount intensifica seus esforços para impedir o acordo com a Netflix, elevando sua oferta anterior em impressionantes 50%. A nova proposta, de US$ 30 por ação, visa a totalidade da empresa Warner Bros. Discovery, incluindo todas as suas dívidas e as redes a cabo. A BBC, em sua cobertura, reportou que a Paramount, apoiada pela família bilionária Ellison, classificou esta nova proposta como uma “alternativa superior”, claramente desenhada para provocar uma revolta entre os acionistas da Warner caso a empresa persista com a oferta mais baixa da Netflix.

A concretização de qualquer um desses acordos certamente não ocorreria sem grandes desafios. Se a aquisição pela Netflix fosse adiante, a plataforma de streaming se tornaria um dos mais poderosos players de Hollywood, absorvendo a HBO Max e consolidando-se como uma força ainda mais dominante no mercado de streaming. Este cenário atrairia, sem dúvida, um intenso escrutínio regulatório. Em um período em que tais órgãos estão sob o controle da administração do presidente Donald Trump, o desfecho poderia ser imprevisível.

As coisas pareciam favoráveis para a Netflix nesse aspecto, com seu CEO Ted Sarandos tendo visitado recentemente o Salão Oval, o que, especula-se, poderia ter sido uma tentativa de influenciar o presidente. Contudo, em uma reviravolta no último domingo, Trump sinalizou que poderia ser um obstáculo, afirmando que o acordo “poderia ser um problema”. É relevante notar que a fusão recente entre a Paramount e a Skydance ocorreu após a empresa ter “resolvido” uma disputa legal com Trump, pagando-lhe US$ 16 milhões.

A oferta da Paramount, no valor de US$ 108,4 bilhões pela empresa inteira, incluindo suas redes a cabo, supera a proposta implícita da Netflix, que, após a remoção da dívida, seria de US$ 83 bilhões. A Warner Bros. Discovery, por si só, não é avaliada perto de nenhum desses valores; seis meses atrás, seu valor era otimisticamente estimado em cerca de US$ 10 por ação. A própria Paramount vale US$ 11 bilhões. Larry Ellison, que apoia a empresa, possui uma fortuna estimada em quase US$ 270 bilhões, o que certamente lhe permitiria tal investimento, embora fosse um desembolso extraordinário sem o envolvimento de investidores externos.

À medida que mais detalhes vêm à tona, a jornalista Sara Fischer, da Axios, revelou que grande parte do dinheiro para a proposta da Paramount virá, de fato, de fundos de riqueza, incluindo os da Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos, entre outros. Lauren Hirsch, do The New York Times, detalhou ainda mais os números, indicando que US$ 24 bilhões do total seriam provenientes dessas fontes, com mais US$ 1 bilhão vindo da Tencent, e o restante de RedBird Capital Partners e da Affinity Partners, empresa de Jared Kushner, genro de Donald Trump. O envolvimento de Kushner poderia, inclusive, explicar a recente intervenção de Trump no fim de semana.

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