A complexa e multifacetada indústria dos jogos eletrônicos e do entretenimento digital continua a gerar uma série de notícias e desenvolvimentos notáveis, desde o relançamento de títulos clássicos até intrincadas negociações corporativas. Recentemente, a cerimônia do The Game Awards superou sua própria marca de audiência, registrando mais de 170 milhões de transmissões ao vivo para o evento deste ano, um testemunho do crescente alcance global da cultura dos games. Esse cenário dinâmico, que vê a ascensão de novas tecnologias e a valorização de itens colecionáveis, também levanta questões sobre o futuro de plataformas e o valor a longo prazo de memórias nostálgicas. (via: kotaku)
Dispatch (Switch 2 / Switch) is up for preorder on US eShop ($26.99 – 10% off discount – releasing January 28th) https://t.co/Wt3rekEAnu
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— Wario64 (@Wario64) December 17, 2025
Um projeto fascinante no universo dos clássicos ressurgiu recentemente, despertando o interesse de entusiastas: um “demake” do aclamado Resident Evil para o Game Boy Color. O estúdio londrino HotGen havia tentado, sem sucesso, adaptar o título original do PlayStation 1 para o portátil da Nintendo, um esforço que foi deixado incompleto. Contudo, o grupo de preservacionistas Games That Weren’t divulgou o que parece ser uma versão quase inteiramente jogável dessa curiosidade da virada do século. A organização anunciou na plataforma X que conseguiu preservar uma “versão final do jogo no ponto de seu cancelamento”, disponibilizada graças à contribuição de Pete Frith. A equipe estima que o projeto esteja cerca de 98% completo, contendo mais conteúdo e a possibilidade de ser finalizado, embora ressalve que, devido a limitações de tempo, não foi possível testar o título na íntegra para confirmar. A Games That Weren’t solicita que os jogadores reportem eventuais falhas ou bugs encontrados durante a jogatina.
Enquanto o passado é revisitado com entusiasmo, o presente das plataformas digitais enfrenta escrutínio. A Disney, por exemplo, demonstrou uma notável relutância em licenciar sua propriedade intelectual para o Roblox, recusando-se a inserir personagens como o Mickey Mouse na plataforma. Essa decisão é significativa, especialmente considerando que a mesma Disney licenciou sua PI para a OpenAI e investiu US$ 1 bilhão em ações na empresa de tecnologia. Segundo fontes citadas pela Variety, a postura da Disney não se deve apenas à sua receita ligada à Epic Games, mas também à percepção de que o Roblox não é uma plataforma segura no momento. Paralelamente, em países como a Rússia, a proibição do Roblox provocou uma onda de protestos incomuns, com jogadores exibindo cartazes que diziam “Mãos fora do Roblox” e “Roblox é vítima da Cortina de Ferro digital”, evidenciando a paixão e o engajamento dos usuários com a plataforma.
O mercado de colecionáveis, impulsionado pela nostalgia e pelo interesse em itens raros, continua a quebrar recordes. Um card Charizard da primeira edição base set, com classificação PSA 10 (condição de hortelã), foi leiloado recentemente por US$ 550.000, valor que inclui a comissão do comprador, em um leilão da Heritage. Esse montante supera o recorde anterior de US$ 420.000, estabelecido em 2022 para um card similar. Apesar de expressiva, a venda ainda fica aquém dos US$ 5 milhões pelos quais um Illustrator Pikachu foi arrematado anteriormente, demonstrando a estratificação e a volatilidade desse segmento.
No cenário dos jogos que ampliam seu alcance, o título Dispatch, até então exclusivo do PlayStation, será lançado para Switch 1 e Switch 2 em 28 de janeiro, oferecendo também um caminho de atualização gratuita para os jogadores. Em contraste, o diretor original de Painkiller, Adrian Chmielarz, cofundador da People Can Fly, expressou seu descontentamento com o reboot de 2025 da franquia. Em entrevista ao PCGamesN, Chmielarz afirmou que se trata de “um jogo completamente diferente” e questionou a lógica de assumir uma propriedade intelectual e transformá-la de forma irreconhecível. Ele criticou a ausência de “traços do DNA” da PI na nova versão, que inclui modo cooperativo e um modo roguelike. O novo Painkiller tem menos de mil avaliações no Steam e uma classificação mediana de apenas 55% de aprovação. Chmielarz revelou que não jogou a versão final, mas testou o beta e discordou “de cada coisa” que foi feita no título.
No âmbito das grandes corporações, a Warner Bros. Discovery (WBD) rejeitou uma oferta da Paramount, em uma decisão que gerou controvérsia. O conselho de diretores da WBD chegou a acusar o CEO da Paramount, David Ellison, de imprecisões e de não possuir o respaldo financeiro adequado para a transação. Em comunicado aos investidores, a WBD enfatizou a importância de um “compromisso de financiamento completo e incondicional da família Ellison”, e, apesar de “múltiplas garantias” da Paramount durante o processo de revisão estratégica, “a família Ellison optou por não apoiar a oferta”. Enquanto isso, a Netflix prometeu continuar exibindo filmes da Warner Bros. nos cinemas caso a aquisição se concretize.
Outras notícias breves que agitaram o setor incluem a saída do cofundador da Sucker Punch, um movimento que indica uma transição geracional em diversos estúdios da PlayStation. Adicionalmente, comentários do CEO da Larian sobre inteligência artificial geraram descontentamento entre os fãs. No campo do desenvolvimento de jogos, The Outer Worlds 2 promete um sistema de falhas “incrível”, adicionando uma camada de complexidade e rejogabilidade à experiência.



