O governo do Reino Unido, por meio do primeiro-ministro Keir Starmer, anunciou que irá investigar a Rockstar Games, renomada empresa de videogames por trás da popular franquia Grand Theft Auto. A decisão surge em resposta a uma série de denúncias de que a companhia teria demitido 31 funcionários em sua filial de Edimburgo – parte de um grupo de mais de 30 desenvolvedores supostamente ligados ao aguardado jogo Grand Theft Auto VI (GTA 6) – em um movimento que sindicatos e parlamentares classificam como uma possível ação anti-sindical. (via: rockstarintel)

A situação ganhou notoriedade no cenário político britânico após sete parlamentares assinarem uma moção, apresentada no mês passado pela deputada Christine Jardine, representante de Edinburgh West, no Parlamento britânico. Este documento formalizou as preocupações sobre as práticas de emprego da Rockstar Games e pavimentou o caminho para a discussão em nível governamental.

O tema foi levado diretamente ao primeiro-ministro durante a sessão de Perguntas ao Primeiro-Ministro (PMQs) de uma quarta-feira, em 10 de dezembro de 2025. Na ocasião, Chris Murray, deputado trabalhista por Edinburgh East e Musselburgh, levantou-se na Câmara dos Comuns para expor as recentes ações da Rockstar. Murray detalhou suas preocupações em uma intervenção que chamou a atenção dos seus colegas e do chefe de governo.
Em seu pedido formal ao primeiro-ministro Keir Starmer, o deputado Murray declarou: “A empresa de videogames Rockstar, em minha circunscrição, demitiu no mês passado 31 funcionários sem fornecer provas ou representação sindical. O IWGB [Independent Workers’ Union of Great Britain] alega que se trata de uma ação anti-sindical. Tendo me encontrado com a Rockstar, eles não conseguiram me garantir que estão seguindo a legislação trabalhista, e compartilho das preocupações sobre a supressão sindical. Dado que este governo é responsável pelo maior aumento nos direitos dos trabalhadores em uma geração, o primeiro-ministro concorda que todas as empresas, independentemente do tamanho do lucro, devem seguir a legislação trabalhista do Reino Unido e que todos os trabalhadores têm o direito de se sindicalizar?”
A resposta do primeiro-ministro Keir Starmer foi direta e enfática, sublinhando a seriedade com que o governo encara o assunto. “Bem, é um caso profundamente preocupante”, afirmou Starmer. “Todo trabalhador tem o direito de se filiar a um sindicato, e estamos determinados a fortalecer os direitos dos trabalhadores e garantir que eles não enfrentem consequências injustas por fazerem parte de um sindicato. Os ministros investigarão o caso específico que ele [Murray] levanta e o manterão atualizado.”
A declaração do primeiro-ministro Keir Starmer significa que membros do gabinete do Reino Unido agora iniciarão uma análise aprofundada para determinar se a Rockstar Games de fato violou a legislação trabalhista britânica. A investigação ministerial representa um escrutínio significativo sobre as práticas da empresa, que tem grande influência na indústria global de videogames.
A pressão sobre a Rockstar Games não se restringe ao governo central. Na semana anterior à manifestação de Murray no Parlamento, o Conselho da Cidade de Edimburgo já havia aprovado uma moção de apoio aos funcionários da Rockstar Games afetados pelo suposto escândalo de supressão sindical. Paralelamente, em um desenvolvimento que demonstra a amplitude da repercussão do caso, um protesto foi realizado em frente à sede da Rockstar Games em Nova York, nos Estados Unidos, na última sexta-feira, com manifestantes exigindo respeito aos direitos trabalhistas.
Os desdobramentos indicam um período de intensa fiscalização para a Rockstar Games, à medida que governos e organizações trabalhistas ao redor do mundo acompanham de perto as alegações de práticas anti-sindicais e o impacto sobre os desenvolvedores de um dos jogos mais esperados da indústria.



