A franquia Silent Hill vive, atualmente, um de seus momentos mais prósperos. Fãs da aclamada série de terror de sobrevivência têm motivos para celebrar, com múltiplos projetos em desenvolvimento e lançamentos recentes que revitalizaram o interesse em seu universo sombrio. No entanto, esse cenário de otimismo contrasta fortemente com um período recente de incertezas e baixa moral que cercava a série, indicando uma reviravolta notável na trajetória da propriedade intelectual da Konami. (via: thegamer)
A revitalização é palpável com o lançamento de títulos como o remake de Silent Hill 2, e Silent Hill f, uma nova incursão na franquia que expande sua mitologia. Além desses, um remake do Silent Hill original está a caminho, evidenciando o comprometimento da empresa em honrar as raízes da série. Outro projeto, Silent Hill: Townfall, também foi anunciado e aguarda sua estreia, contribuindo para a robustez do portfólio e a satisfação dos fãs.
Contudo, nem sempre foi assim. Há não muito tempo, a franquia Silent Hill enfrentava um período de estagnação e desânimo entre seus admiradores. A série, que já foi um pilar do gênero de terror psicológico, parecia esquecida, e a moral dos fãs em relação ao seu futuro estava em um ponto crítico, gerando questionamentos sobre a continuidade e a relevância da IP no cenário dos jogos eletrônicos.
A virada significativa ocorreu em outubro de 2022. Naquela ocasião, a Konami realizou uma série de anúncios que surpreenderam a comunidade de jogadores e acenderam uma nova esperança. Múltiplos projetos de Silent Hill foram revelados, marcando o início de uma nova era para a franquia. Por trás dessa “bombardada” de informações, havia uma estratégia clara, conforme explicado por Motoi Okamoto, produtor da série.
Em declarações divulgadas inicialmente pelo portal Automaton Media, que também foi responsável pela tradução de suas palavras, Okamoto detalhou a lógica por trás da decisão da Konami de apresentar tantos títulos de uma só vez naquele ano. Ele explicou que a abordagem não foi aleatória, mas sim uma medida calculada para reacender a paixão dos fãs e demonstrar o profundo comprometimento da empresa com o futuro da série.
“Em 2022, anunciamos três títulos: Silent Hill 2, Silent Hill f e Silent Hill: Townfall”, afirmou Okamoto, referindo-se ao momento estratégico. Ele enfatizou que a intenção da Konami não era “apenas anunciar um único remake para ‘testar as águas'”. Essa abordagem de “esperar para ver”, segundo o produtor, não transmitiria a seriedade necessária e poderia ser interpretada como uma falta de confiança no potencial da franquia.
Pelo contrário, o objetivo primordial era “que as pessoas sentissem o quão sérios estávamos em reviver a série.” A Konami buscava dissipar qualquer ceticismo, mostrando aos fãs que a série estava novamente sob os holofotes e recebendo a atenção que merecia. Okamoto reconheceu os riscos inerentes a essa estratégia: “Desenvolver um remake e um novo título simultaneamente naturalmente envolve riscos.” No entanto, ele reiterou que “queríamos transmitir nosso compromisso em primeiro lugar,” colocando a demonstração de dedicação acima das cautelas habituais.
O produtor ressaltou a importância da perspectiva do jogador. “Somente quando um novo jogo é anunciado é que o futuro de uma série pode ser visto,” disse ele. Para Okamoto, a ausência de anúncios concretos de novos títulos impede que os fãs vislumbrem um futuro para a propriedade intelectual, o que, por sua vez, afeta o engajamento. “Os usuários não se sentirão motivados a se envolver com uma IP a menos que sintam que ela tem um futuro,” explicou, conectando diretamente os anúncios à paixão da base de fãs.
Ele alertou que “se a empresa adota uma abordagem de esperar para ver, os jogadores também o farão,” criando um ciclo de inércia. Para que os fãs genuinamente se empolguem, “a empresa precisa mostrar o quão séria é,” afirmou Okamoto, adicionando que considera essa uma premissa justa para a relação entre desenvolvedora e público. A estratégia visava, portanto, quebrar esse ciclo de inatividade e inspirar confiança ativa.
Essa aposta ousada da Konami, conforme avaliado por muitos observadores da indústria e pelo próprio produtor, demonstrou ser um sucesso retumbante. O cenário atual da franquia Silent Hill reflete um estado de saúde sem precedentes, talvez até superando as expectativas iniciais. A estratégia de múltiplos anúncios simultâneos não só gerou burburinho e excitação, mas também validou a seriedade da empresa em reavivar a série.
Um indicativo adicional desse sucesso é a luz verde dada para o desenvolvimento de um remake do Silent Hill original, um projeto que veio à tona após o desempenho positivo do Silent Hill 2 Remake. A decisão de avançar com o remake do título inaugural da série, segundo informações, representou um investimento que “provavelmente excedeu o que estava orçado inicialmente,” evidenciando o retorno significativo da confiança e do investimento na franquia. Este desenvolvimento sugere que o “grande risco” mencionado por Okamoto não apenas compensou, mas abriu novas e lucrativas avenidas para Silent Hill.



