A série “The Witcher”, da Netflix, tem sido alvo de intensa controvérsia, especialmente após a notícia da saída de Henry Cavill do papel principal de Geralt de Rívia. Desde então, a recepção do público à produção tem sido marcada por uma onda de críticas, manifestadas frequentemente nos comentários de trailers e anúncios das novas temporadas. Essa atmosfera de hostilidade coloca uma pressão considerável sobre a equipe e, em particular, sobre Liam Hemsworth, o ator escalado para assumir o manto do bruxo Geralt de Rívia. A própria equipe de produção da série tem notado a intensidade das reações negativas dos fãs. (via: thegamer)
Diante desse cenário desafiador, a showrunner de “The Witcher”, Lauren Schmidt-Hissrich, abordou recentemente as críticas que a série tem recebido nos últimos anos. Em entrevista ao portal Dexerto, Schmidt-Hissrich procurou contextualizar a situação, explicando que há espaço para que três diferentes versões do universo de “The Witcher” coexistam simultaneamente. Segundo a showrunner, a produção televisiva não consegue, e nem pretende, satisfazer integralmente todas as parcelas de sua vasta base de fãs.
Schmidt-Hissrich detalhou as diferentes categorias de público que acompanham a saga: “Existem os fãs dos livros, os fãs dos videogames, e então existem os fãs que não conheciam nada sobre este mundo até a série existir”. Para a showrunner, a verdade é que não se pode escolher uma única audiência a ser agradada. É fundamental, segundo ela, que a equipe se lembre da natureza do seu trabalho, que é uma série de televisão. Essa especificidade, de acordo com Schmidt-Hissrich, distingue a série de qualquer outro gênero ou formato narrativo em que a história poderia ser contada, exigindo escolhas intrínsecas ao meio televisivo.
A showrunner reforçou seu ponto de vista, mencionando as discussões que teve tanto com o autor original dos livros, Andrzej Sapkowski, quanto com os próprios fãs. Ela enfatiza que “os livros ainda existem. Ninguém está tirando os livros. Ninguém está tirando os videogames”. A premissa subjacente é que cada pessoa pode ter a sua própria versão de “The Witcher”, e a série da Netflix representa mais uma dessas interpretações. Essa abordagem visa desmistificar a ideia de que a adaptação televisiva deve ser a única ou a versão definitiva da história.
A declaração de Schmidt-Hissrich é vista como um posicionamento razoável, especialmente considerando que novas obras literárias e jogos eletrônicos sobre “The Witcher” continuam a ser lançados. Isso sugere que o legado da saga não depende exclusivamente do sucesso ou da fidelidade da adaptação televisiva. A franquia, em suas diversas formas, possui vida própria e um futuro que transcende a tela da Netflix.
Por outro lado, é igualmente válido que os fãs manifestem suas preocupações e expectativas sobre a forma como “The Witcher” é retratado na televisão. A recepção crítica das temporadas recentes da série tem sido mista, o que apenas amplifica as discussões entre o público. A dificuldade em equilibrar as expectativas de uma base de fãs tão diversa e apaixonada, ao mesmo tempo em que se busca criar uma narrativa televisiva coesa, é um desafio complexo para os produtores.
Schmidt-Hissrich parece reconhecer a inevitabilidade de não agradar a todos, sugerindo que, independentemente das escolhas tomadas pela produção, sempre haverá uma parcela da base de fãs de “The Witcher” que se sentirá insatisfeita. A esperança agora reside na performance de Liam Hemsworth na quarta temporada e na capacidade da série de recuperar sua posição junto ao público, buscando estabilidade após um período de turbulência.




